Com a definição dos candidatos em todas as 5.568 cidades brasileiras, começa o jogo preliminar da sucessão presidencial, que passa pelas eleições municipais. Quem sair vitorioso em 2020 vai se cacifar para 2022. E vencer em São Paulo, maior colégio eleitoral, é crucial.

Por isso, desenha-se uma disputa acirrada entre Doria e Bolsonaro. O governador aposta na reeleição de Bruno Covas para viabilizar seu nome para presidente. Formou uma aliança robusta com a participação do DEM de Rodrigo Maia e do MDB de Baleia Rossi. É a base do que Doria chama de união do centro democrático para derrotar Bolsonaro em 2022. Assustado, o presidente, que está sem partido desde que deixou o PSL, passou a apostar em Celso Russomanno, do Republicanos, onde estão os filhos Carlos e Flávio.

Disputas

No Rio de Janeiro, o embate entre Doria e Bolsonaro também pode se repetir. O presidente apoia o prefeito Marcelo Crivella, também do Republicanos, enquanto o governador de São Paulo decidiu apoiar Eduardo Paes (DEM), o líder nas pesquisas. O candidato do PSDB, Paulo Marinho, desistiu da disputa para se aliar ao ex-prefeito da Cidade Maravilhosa.

Capitais

Doria espera repetir a aliança do PSDB, MDB e DEM em 2022 e por isso deseja ampliar o poder de fogo em novembro. Hoje, os tucanos administram 30 das 96 cidades mais populosas, onde moram 50 milhões de pessoas. O MDB deseja manter as mais de 1.000 prefeituras que governa, enquanto o DEM conta com vitórias em importantes capitais, como Salvador.

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PSL derrota Bolsonaro

Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O PSL acabou impondo uma nova derrota a Bolsonaro em São Paulo. O presidente desejava que o partido desistisse da candidatura de Joice Hasselmann à prefeitura paulistana para apoiar Celso Russomanno. A deputada, que já foi sua líder, hoje é desafeta da família. O presidente do Diretório Estadual do partido, deputado Júnior Bozzella (foto),
foi mais rápido e homologou a chapa com Joice na cabeça.

Rápidas

* A esquerda segue perdida, sem conseguir fazer uma frente para se opor a Bolsonaro. A convenção do PT para o lançamento da candidatura de Jilmar Tatto à prefeitura de São Paulo foi um exemplo disso. Apenas Haddad foi ao evento e, mesmo assim, contrariado.

* Sem rumo, Lula também não foi. Ele gravou um vídeo protocolar, mas pouco entusiasmo. Ele tem dito aos aliados que preferia que o PT tivesse lançado Guilherme Boullos, do PSOL, que, aliás, está na frente do PT nas pesquisas.

* Nova aliada de Bolsonaro é abatida pela Justiçana na luta contra a corrupção no Rio. Cristiane Brasil foi presa na sexta-feira, 11, suspeita de receber propina. Ela é filha de Roberto Jefferson (PTB), da tropa de choque do presidente.

* Livro de Heloísa de Carvalho, filha de Olavo de Carvalho, contando a vida do “guru do presidente”, está trazendo à tona uma grande lavação de roupa suja em família. Ela detona o pai também na sua conta no Twitter.

Retrato falado

“Está faltando Guedes dizer que não vai enviar a proposta de recriar a CPMF” (Crédito:Pablo Valadares)

Em live na ISTOÉ, o deputado Baleia Rossi, presidente do MDB, disse que a Reforma Tributária tem tudo para ser aprovada até o final do ano, mas Guedes precisa desistir de apresentar a proposta recriando a CPMF. “Isso não passa no Congresso.” Autor do projeto mais consistente na Câmara, Rossi acredita que a aprovação da reforma deve criar um novo ambiente de negócios no País. “Chegou o momento de a gente virar essa página e aprovar logo as reformas.”

O fim das palafitas

O secretário da Habitação do Estado de São Paulo, Flávio Amary, está desenvolvendo um projeto para acabar com as moradias instaladas irregularmente nos mangues do Estuário de Santos, onde moram 20 mil famílias em condições degradantes: palafitas ligadas por estreitas pontes com madeira podre e casebres infestados por insetos peçonhentos e roedores. As famílias serão transferidas para casas populares que serão construídas em quatro cidades da Baixada Santista: Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Doria deu sinal verde para o projeto, que será anunciado em breve. As áreas desocupadas vão virar parques. O projeto foi antecipado por Amary em live à ISTOÉ.


Iniciativa privada

As obras serão tocadas por meio de PPPs. A Secretaria da Habitação prepara o esboço das licitações e já está à procura de empresas interessadas no projeto. Os terrenos para a construção das casas serão doados pelas prefeituras, que contam com a geração de empregos e renda no setor da construção civil.

Toma lá dá cá

Marcelo Ramos, Deputado (PL-AM)

A Reforma Tributária do governo passana Câmara?
O projeto do governo é equivocado. Temos que diminuir a tributação sobre o consumo e transferi-la para a renda. O sistema brasileiro é o Robim Hood às avessas: tira dos pobres para dar aos mais ricos.

Qual é a melhor proposta?
Há três projetos. Um do deputado Baleia Rossi, outro do governo e o que está em análise no Senado. O relator Aguinaldo Ribeiro terá a árdua missão de buscar um consenso entre eles. Precisamos chegar a uma reforma que simplifique a tributação e acabe com a guerra fiscal entre os Estados.

E a Reforma Administrativa?
O governo não teve a devida ousadia de enfrentar os privilégios no serviço público, como os dos militares e os do Judiciário.

O TSE na pandemia

O ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do TSE, começou com o pé direito. Logo na primeira eleição que comanda, sob efeito da pandemia, ele temia que houvesse uma fuga de mesários para o trabalho voluntário nas juntas eleitorais. Mas uma campanha no rádio e na TV, conclamando os mesários a participar, deu resultados além das suas expectativas.

Divulgação

Dráuzio ajudou

Em relação às eleições de 2016, a última para prefeitos, o número de mesários voluntários neste ano dobrou em estados como Paraná, Pernambuco e Tocantins. No Rio, o número subiu de 11 mil para 23 mil. Em São Paulo, aumentou de 99 mil para 115 mil. O médico Dráuzio Varela, protagonista da campanha, ajudou. E ele nada cobrou para fazer o comercial.

Moro evita o confronto

Divulgação

A decisão do decano Celso de Mello de obrigar Bolsonaro a depor presencialmente no inquérito que investiga a interferência na PF criou apreensão no Planalto, pois permite que Sergio Moro faça perguntas. Por isso, o ex-ministro decidiu que só seus advogados irão a brasília. o presidente quer depor por escrito.


 


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