‘Comecei a ter muito medo’: a luta de Eduardo Sterblitch contra a depressão

Psicólogo Alexander Bez explica como identificar sinais e quais fatores podem agravar o quadro

Eduardo Sterblitch liga e tenta fazer as pazes com Bola, ex-colega do 'Pânico'
Eduardo Sterblitch liga e tenta fazer as pazes com Bola, ex-colega do 'Pânico' Foto: Globo/João Miguel Júnior

O ator e humorista Eduardo Sterblitch, de 38 anos, abriu o coração sobre sua saúde mental e relatou como percebeu que estava enfrentando um quadro depressivo e a necessidade de buscar ajuda médica.

“Foi quando eu comecei a pensar muito no assunto morte. Quando comecei a achar muito perigoso o fato de eu estar pensando em morte, na minha morte”, revelou. Embora não tivesse um pensamento concreto sobre tirar a própria vida, ele conta que fantasiava sobre “não existir mais”. “Era muito mais como se eu estivesse visualizando uma vida no futuro sem mim. Aí eu comecei a ficar com muito medo”, desabafou.

O ator também destacou que o consumo de bebida alcoólica contribuía para intensificar esses pensamentos. “Eu dramatizava isso de uma forma mais perigosa”, disse.

De acordo com o psicólogo Alexander Bez, especialista em ansiedade, síndrome do pânico e transtornos emocionais, esse tipo de pensamento é um dos sinais importantes de alerta para a depressão. “Quando a pessoa começa a fantasiar ou pensar constantemente sobre a própria ausência, sobre a morte, mesmo que não esteja diretamente associada à ideia de suicídio, é um indicativo de que há um sofrimento psíquico significativo e, possivelmente, um quadro depressivo em desenvolvimento”, explica à reportagem da IstoÉ Gente.

Bez também ressalta que alguns fatores podem potencializar ou até mesmo desencadear esses quadros, como o uso abusivo de álcool. “O álcool é um depressor do sistema nervoso central. Ele pode, inicialmente, gerar uma falsa sensação de relaxamento, mas, em seguida, acentua quadros de ansiedade, tristeza e pensamentos negativos, funcionando como um combustível para a depressão”, alerta o especialista.

O psicólogo destaca ainda que a depressão não surge de forma repentina e costuma ser silenciosa no início. “O processo geralmente começa com a perda de interesse por atividades antes prazerosas, sensação de vazio, cansaço constante e pensamentos pessimistas. Esses sinais precisam ser levados a sério”, pontua.

Alexander Bez reforça que buscar ajuda profissional é essencial. “A depressão não é frescura, não é fraqueza, é uma doença que precisa de tratamento, seja por meio da psicoterapia, do acompanhamento psiquiátrico ou, muitas vezes, da combinação dos dois. Quanto mais cedo for tratada, maiores são as chances de recuperação e qualidade de vida”, finaliza.

Referências Bibliográficas

Alexander Bez – Psicólogo; Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA); Especialista em Saúde Mental. Atua na profissão há mais de 27 anos.

É também autor dos livros: Inveja – O Inimigo Oculto; O Que Era Doce Virou Amargo!!! (Volumes 1, 2 e 3); A Magia da Beleza Feminina; A Paixão e Seus Encantos; e What You Don't Know About COVID-19: The Mortal Virus.