O julgamento do advogado de Mahsa Amini – a jovem curdo-iraniana, cuja morte desencadeou um grande movimento de protesto em setembro de 2022 no Irã – foi aberto em Teerã por “propaganda contra a República Islâmica”, informou um veículo de comunicação local nesta quarta-feira (30).

A primeira audiência do julgamento de Saleh Nikbakht “aconteceu na terça-feira e ele foi acusado de atividades de propaganda contra a República Islâmica por ter falado com a imprensa estrangeira e local, em particular sobre o caso Mahsa Amini”, disse seu advogado, Ali Rezai, citado pelo jornal Etemad.

Este julgamento começa quase um ano após a morte, em 16 de setembro de 2022, de Mahsa Amini, aos 22 anos. Ela foi presa pela polícia da moralidade, acusada de violar o rígido código de vestimenta imposto às mulheres, e morreu sob custódia.

Segundo Etemad, o advogado de Nikbakht, que compareceu livre, defendeu sua absolvição, afirmando que seu cliente “apenas criticou a gestão do país por parte das autoridades”.

Se for considerado culpado, Nikbakht pode ser condenado a uma pena de três meses a um ano de prisão.

No final de setembro de 2022, ele informou que a família Amini havia prestado queixa contra os policiais que prenderam a jovem.

Originário da província do Curdistão (oeste), este advogado representou, durante sua longa carreira, inúmeras personalidades iranianas, como o cineasta Jafar Panahi, que foi solto sob fiança em fevereiro, após sete meses de prisão.

Centenas de pessoas, incluindo dezenas de membros das forças de segurança, morreram nos protestos no final do ano passado. Milhares de manifestantes também foram detidos, acusados pelas autoridades de participarem de “distúrbios” instigados por países ocidentais.

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