A Trump Organization, empresa familiar do ex-presidente americano Donald Trump, senta-se, a partir desta segunda-feira (24), no banco dos réus do estado de Nova York por fraude e evasão fiscal, acusações que podem gerar multas de até US$ 1,6 milhão.

O julgamento começa na Suprema Corte do estado de Nova York, em Manhattan, com a seleção do júri.

Este processo criminal é resultado de uma investigação do Ministério Público de Nova York sobre supostas irregularidades nas contas da empresa desde 2005, assim como de seus executivos, que receberam bônus salariais omitidos do Tesouro.

Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Trump Organization e próximo de Donald Trump, declarou-se culpado em 18 de agosto de 15 acusações de fraude e de evasão de impostos sobre US$ 1,76 milhão em renda não declarada entre 2005 e 2021.

O ex-executivo de 75 anos, que trabalhava para os Trump desde 1973, será uma das principais testemunhas no julgamento da empresa. Com negócios imobiliários, hotéis e campos de golfe em todo mundo, a organização é, hoje, dirigida por dois dos filhos do ex-presidente – Donald Trump Jr. e Eric Trump -, assim como suas duas subsidiárias, Trump Corporation e Trump Payroll.

Weisselberg, que até agora se recusava a depor contra Donald Trump, vinculou a Trump Organization, diretamente, a “uma ampla gama de atividades criminosas”.

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De acordo com a acusação apresentada em 1º de julho de 2021, ele foi um dos executivos que “receberam parcelas substanciais de sua renda de forma indireta e secreta”.

Após o acordo estabelecido com o Ministério Público, o ex-executivo, que antes de ser diretor financeiro foi contador e controlador da empresa, pagará US$ 2 milhões de ressarcimento e pode ser condenado a cinco meses de prisão.

Sob sua supervisão, a empresa da família Trump, que se declarou inocente, é acusada de ter mantido duas contas paralelas para esconder os benefícios que ele e outros executivos recebiam como complemento salarial.

Donald Trump não é pessoalmente acusado neste caso, mas é alvo, junto com três de seus filhos mais velhos, de outra investigação civil lançada pela procuradora de Nova York, a democrata Leticia James. Ela acusa-os de mentirem para o Tesouro, para credores e para seguradoras, em um esquema que subvalorizou o valor de suas propriedades para enriquecer.

A acusação pede a imposição de US$ 250 milhões em multas ao ex-presidente, que sua família seja impedida de realizar negócios no estado e que seus filhos Donald Trump Jr., Eric Trump e Ivanka Trump sejam impedidos de comprar imóveis no estado por um período de cinco anos.


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