20/02/2017 - 19:53
ISTAMBUL, 20 FEV (ANSA) – Começou nesta segunda-feira (20), no distrito litorâneo de Mugla, o processo contra 47 pessoas acusadas de tentarem assassinar o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante o golpe de Estado fracassado do último dia 15 de julho.
Segundo a denúncia, os réus tentaram invadir um hotel no balneário de Marmaris, onde o mandatário passava férias com a família, para matá-lo. O ataque terminou com dois policiais mortos, mas Erdogan conseguiu fugir minutos antes da chegada dos manifestantes.
Entre os acusados estão 37 ex-militares expulsos do Exército após a revolta. Eles também respondem por crimes contra o Estado e contra a ordem constitucional e podem ser condenados até à prisão perpétua. A sessão foi realizada sob um forte esquema de segurança, enquanto do lado de fora do tribunal ocorria uma manifestação contra o clérigo e magnata Fethullah Gülen, acusado pelo presidente de patrocinar o golpe.
Entre os muitos processos em curso por conta da revolta armada, o da invasão do hotel em Marmaris é um dos mais aguardados na Turquia. Os acusados foram capturados após diversos dias de caça nos bosques da região, mas três deles ainda estão foragidos e serão julgados em contumácia.
Gokhan Sahin Sonmezates, tido como uma figura-chave da operação, explicou que o objetivo era levar Erdogan até Ancara, mas não matá-lo. Apesar da confissão, ele negou ter qualquer ligação com Gülen e disse que acreditava estar participando de um golpe ordenado pelo comando legítimo do Exército.
Repelida em poucas horas, a revolta serviu de justificativa para o presidente realizar milhares de expurgos nas Forças Armadas, na Polícia, na Justiça e até nos meios de comunicação. (ANSA)