A terceira parte da reunião de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou às 10h09 desta quarta-feira, 20. Nessa primeira fase da reunião do Copom, que começou na terça-feira, 19, o colegiado revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic.

Nesta quarta à tarde, ainda ocorre a segunda parte do encontro, quando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição definem o nível da Selic, que será anunciado a partir de 18h30.

Após o início do afrouxamento monetário, em agosto, os juros básicos da economia brasileira estão em 13,25% ao ano, de 13,75% antes. É unânime no mercado financeiro a aposta em nova redução de 0,50pp, para 12,75% ao ano, conforme amplamente sinalizado pelo Banco Central.

Em agosto, o Copom afirmou que seus membros, unanimemente, anteviam redução da mesma magnitude nas reuniões seguintes. Desde lá, em participações em eventos públicos, os diretores do BC têm repetido que a “barra” é alta para acelerar o passo, embora o comitê já tenha listado as condições para que isso ocorra.

São elas: reancoragem “bem mais sólida” das expectativas, abertura “contundente” do hiato do produto ou uma dinâmica “substancialmente” melhor da inflação de serviços. Desde então, a única condição que mostrou evolução positiva foi a última, considerando especialmente o alívio registrado no IPCA – índice de inflação oficial – de agosto.

As expectativas de inflação no Boletim Focus ficaram relativamente estáveis – de 4,84% para 4,86% para 2023, de 3,89% para 3,86% para 2024 e mantida em 3,50% para 2025 e 2026. Já o hiato do produto deve se mostrar mais fechado do que estimava o BC, considerando a surpresa favorável com o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre (0,9%).

Há expectativa ainda do mercado de aumento nas projeções oficiais de inflação do Copom, considerando as estimativas mais baixas da taxa Selic no Boletim Focus, a alta do dólar e do petróleo, além do hiato mais fechado. Em agosto, o BC projetava 3,4% para o IPCA de 2024, principal foco da política monetária, contra 3,0% do centro da meta. Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões, a estimativa estava em linha com o alvo central, também de 3,0%.

A maioria dos economistas acredita que o Copom tem espaço para continuar reduzindo os juros, mas tende a seguir no mesmo passo de 0,50pp nas próximas reuniões, ainda mais considerando as incertezas externas e fiscais. Na pesquisa do Projeções Broadcast, 55 de 68 instituições consultadas esperam manutenção do ritmo de corte até o fim do ano.