Começou às 10h08 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça-feira, 18, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Na quarta-feira, 20, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.

Esta será a última reunião do Copom antes da eleição presidencial, em outubro. No próximo encontro, marcado para 30 e 31 de outubro, o novo presidente do Brasil já estará eleito.

De um total de 69 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano – o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996.

Para 2019, os economistas demonstram menos certeza quanto ao rumo da política monetária, já que o cenário eleitoral segue duvidoso. De 67 projeções, 61 esperam juro em 6,50% no término de 2019. As demais projeções variam de 7,00% a 7,50%.

No encontro anterior, em 1º de agosto, o Copom manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o colegiado seguiu com a estratégia de não dar indicações rígidas quanto ao futuro da política monetária. A avaliação foi de que os próximos passos “continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

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Desde o encontro de agosto do Copom, os índices de atividade que saíram mostraram um cenário de recuperação ainda gradual para a economia. O mais recente deles – o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado na segunda-feira – mostrou crescimento de 0,57% em julho ante junho. No trimestre encerrado em julho, o indicador recuou 0,76%, ante o trimestre finalizado em junho.

No caso do balanço de riscos, seguem as preocupações em torno do cenário externo e da eleição presidencial, que coloca em dúvida a continuidade das reformas.

As projeções de inflação, por sua vez, estão acomodadas, apesar das incertezas quanto ao futuro. No Relatório de Mercado Focus, publicado na segunda, a mediana das projeções para o IPCA em 2018 ficou em 4,09%. Para 2019, seguiu em 4,11%. Em ambos os casos, os porcentuais estão dentro da meta perseguida pelo BC.

Além do cenário eleitoral, um fator que vem sendo considerado nas projeções para a Selic é o câmbio, que voltou a apresentar maior volatilidade desde o último encontro do Copom. De 1º de agosto até esta terça, a moeda americana à vista subiu cerca de 10%.

Já a greve dos caminhoneiros, cujos efeitos atingiram mais diretamente a economia em maio e junho, tende a perder relevância a partir de agora nas decisões do Copom. Desde junho, o BC vinha pontuando que os efeitos da greve sobre a atividade e a inflação tendiam a ser temporários.


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