Começou às 11h08 desta terça-feira, 27, a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira, 28, eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 2,00% ao ano.

Diante dos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa unânime do mercado financeiro é de que a Selic ficará estável. Se confirmada, esta será a segunda manutenção da taxa básica após nove reduções consecutivas.

De um total de 51 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 2,00% ao ano. Todas elas também esperam que a taxa básica encerre 2020 no atual patamar.

A aposta consensual na manutenção da Selic em 2,00% na reunião do Copom é um movimento decorrente da inércia causada pelo forward guidance do BC, segundo os analistas consultados. Sem uma definição acerca do futuro do teto de gastos com a votação do orçamento de 2021, o Copom deve seguir em compasso de espera e tolerar o aumento do risco fiscal de curto prazo.

Em setembro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Copom informou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”, mas “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.

Em função disso, conforme o BC, “eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”.

O último Relatório de Mercado Focus, publicado na segunda-feira, 26, mostra que o mercado financeiro projeta atualmente inflação de 2,99% em 2020 – abaixo da meta de 4,00% para o ano. Para 2021, a expectativa para o índice de preços está em 3,10%.