Começa 3ª fase de processo contra Berlusconi por bunga-bunga

MILÃO, 5 ABR (ANSA) – Começou nesta quarta-feira (5) o processo contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi conhecido como “Ruby ter” por conta das famosas festas em sua mansão, os chamados “bunga-bunga”. A “terceira” fase desse caso acusa o ex-premier de corrupção em atos judiciários e falso testemunho.   

E, na abertura do processo, a presidência do Conselho dos Ministros da Itália, representada pela Advocacia do Estado, apresentou um pedido para se tornar parte civil no processo para que a Itália seja ressarcida financeiramente em caso de condenação do ex-premier. Na Itália, o premier de um governo também tem a função de ser presidente do Conselho.   

Segundo a acusação da Procuradoria, Berlusconi pagou pelo silêncio das jovens que participaram das festas na mansão Arcore e que foram ouvidas pela Justiça nos dois processos anteriores, o Ruby e o Ruby bis.   

Para isso, o ex-premier teria gastado cerca de 10 milhões de euros, com pagamentos mensais que variavam entre dois mil e cinco mil euros às participantes – incluindo a brasileira Iris Berardi.   

Além da “mesada”, o líder do Força Itália ainda teria dado casas e patrocinado compras em grifes de luxo para várias das mulheres envolvidas.   

Para provar sua inocência, no entanto, Berlusconi terá cerca de 80 testemunhas de defesa. De acordo com seu advogado, Federico Cecconi, essa pessoas “demonstrarão que receberam ajudas sem interesses” do ex-premier e que “nada tem a ver com o caso” Ruby. A ideia da defesa é comprovar que o líder do FN deu dinheiro para as jovens que participavam dos jantares como uma ajuda para elas viverem na Itália e não para comprar o silêncio delas.   

No entanto, apesar da abertura formal da ação, as audiências só serão iniciadas no dia 3 de julho. Isso porque a Justiça italiana tentará “reunir” os filões de investigação do caso: o julgamento contra 22 pessoas por crimes de corrupção em atos judiciários e por falso testemunho do “Ruby ter”, entre as quais, as mulheres que recenberam a mesada, e outra ação sobre pagamentos para três mulheres que teriam continuado enquanto as investigações da terceira fase já estavam em andamento, no chamado “Ruby quater”. (ANSA)