O comandante da polícia de South Yorkshire foi suspenso neta quarta-feira depois que uma invetigação concluiu pela primeira vez que a polícia cometeu negligências que levaram à morte de 96 pessoas no estádio inglês de Hillsborough, em 1989.

David Crompton não estava encarregado da corporação no momento dos fatos, mas foi suspenso “pela erosão da confiança pública”, explicou Alan Billings, o supervisor da polícia em South Yorkshire, norte da Inglaterra.

Na véspera, as famílias dos 96 torcedores do Liverpool mortos no estádio de Hillsborough receberam com emoção as conclusões de uma investigação que inocentou seus entes queridos e atribuiu a responsabilidade da tragédia à polícia.

A investigação concluiu que a morte dos torcedores foi um delito e não um acidente, no qual os fãs do Liverpool não tiveram nenhuma culpa.

A tragédia aconteceu em uma partida das semifinais da Copa da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest no estádio de Hillsborough, em Sheffield.

Na época da tragédia, a polícia e parte da imprensa culparam os torcedores de embriaguez e tentativa de entrar no estádio sem ingressos.

Após o anúncio do veredicto, a polícia britânica pediu desculpas às famílias das vítimas.

As conclusões do júri não resultarão em condenações ou sanções, mas nada impede a abertura de um eventual processo penal caso as conclusões revelem que as mortes foram causadas por negligências, como é o caso.

O júri também destacou as falhas no estádio antigo que contribuíram para o desastre, assim como a lenta resposta dos serviços de ambulâncias.

Na tarde fatídica, os torcedores do Liverpool tinham acesso ao estádio por apenas um portão. Uma série de circunstâncias infelizes – obras na estrada que atrasaram a chegada dos fãs, por exemplo – criaram um gargalo na entrada.

A polícia então decidiu abrir os portões e a avalanche humana chegou às arquibancadas, o que acabou esmagando centenas de pessoas contra o alambrado que separava os torcedores do gramado. Às 15H06, seis minutos depois do início da partida, o árbitro suspendeu o jogo ao perceber que algo estava errado.

A vítima mais jovem tinha 10 anos, Jon-Paul Gilhooley, primo de Steven Gerrard, que mais tarde virou um dos grandes ídolos da história do Liverpool. A tragédia também matou mulheres e vários menores de idade.

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