O comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, general Robert Meller, advertiu que a mobilização na fronteira com o México e os planos do presidente Donald Trump de construir um muro representam um “risco inaceitável” para os “marines”, segundo documentos divulgados nesta quinta-feira pelo jornal Los Angeles Times.

Em memorandos dirigidos ao chefe interino do Pentágono, Patrick Shanahan, e ao secretário da Marinha, Richard Spencer, Neller advertiu que foi obrigado a cancelar ou reduzir exercícios dos “marines” em en cinco países.

Os fuzileiros suspenderão seus exercícios na Indonésia, Escócia e Mongólia, e reduzirão sua participação em manobras conjuntas na Austrália e Coreia do Sul, informou Neller em documentos publicados pelo Los Angeles Times.

Um porta-voz dos Marines confirmou a autenticidade dos documentos.

Neller avaliou que a declaração de emergência de Trump para garantir 6,7 bilhões de dólares do orçamento do Pentágono de 2019 para construir o muro na fronteira com o México significa que os Marines não poderão reconstruir suas bases destruídas por furacões na Carolina do Norte e Geórgia.

“Faltam apenas três meses para a temporada de furacões (…) e temos marines, marinheiros e civis trabalhando em prédios que estão comprometidos”.

“Quando acreditávamos que seria um bom ano devido a um orçamento ‘a tempo’ e de primeira, estas perspectivas positivas são agora superadas por fatores negativos (…), trazendo um risco inaceitável para a solvência e a eficiência do Corpo de Marines”.

“Monetariamente, a recuperação destas bases afetadas pelos furacões é, de longe, a maior pressão orçamentária enumerada no memorando”, destacou o comandante Joseph Butterfield, porta-voz do Corpo dos Marines.