BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) – Israel matou um dos principais comandantes do Hezbollah e vários membros da unidade de elite Radwan do grupo em um ataque aéreo nos subúrbios ao sul de Beirute nesta sexta-feira, disseram os militares israelenses e uma fonte de segurança no Líbano, aumentando drasticamente o conflito de um ano entre Israel e o grupo apoiado pelo Irã.

Os militares israelenses disseram que mataram Ibrahim Aqil, identificado como o comandante interino da unidade de forças especiais Radwan, e cerca de 10 comandantes seniores durante uma reunião. Aqil fazia parte do principal conselho militar do Hezbollah, disseram fontes no Líbano à Reuters.

O ataque infligiu outro golpe no Hezbollah após um ataque sem precedentes contra o grupo nesta semana, no qual pagers e walkie-talkies usados por seus membros explodiram, matando 37 pessoas e ferindo milhares. Acredita-se que esse ataque tenha sido realizado por Israel, que não confirmou nem negou seu envolvimento.

O Ministério da Saúde do Líbano disse que o ataque de sexta-feira matou 12 pessoas e feriu outras 66, nove das quais estavam em estado crítico. As equipes de resgate estavam procurando pessoas sob os escombros de dois edifícios, informou a defesa civil do país.

Imagens mostravam um prédio seriamente danificado e a rua repleta de escombros e carros queimados.

O Hezbollah não fez nenhuma declaração oficial sobre o ataque e não confirmou imediatamente se Aqil era o alvo ou se foi morto.

A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine-Hennis Plasschaert, disse que o ataque desta sexta-feira em uma área densamente povoada dos subúrbios ao sul de Beirute foi parte de “um ciclo extremamente perigoso de violência com consequências devastadoras. Isso precisa acabar agora”.

É a segunda vez em menos de dois meses que Israel tem como alvo um alto comandante militar do Hezbollah em Beirute. Em julho, um ataque aéreo israelense matou Fuad Shukr, o principal comandante militar do grupo.

Aqil tinha uma recompensa por sua cabeça de 7 milhões de dólares dos Estados Unidos pela ligação dele com o bombardeio mortal de fuzileiros navais no Líbano em 1983, de acordo com o site do Departamento de Estado dos EUA.

Os militares israelenses disseram que Aqil era chefe das operações do Hezbollah desde 2004 e era responsável por um plano para lançar um ataque ao norte de Israel, semelhante ao ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza.

“Os comandantes do Hezbollah que eliminamos hoje estavam planejando seu ‘7 de outubro’ na fronteira norte há anos”, disse o chefe do exército israelense, general Herzi Halevi.

“Nós atingimos eles e atingiremos a qualquer um que ameace a segurança dos cidadãos de Israel.”

(Reportagem de Laila Bassam Tom Perry e Maya Gebeily em Beirute; James Mackenzie e Maayan Lubell em Jerusalém; Clauda Tanios e Nadine Awadalla em Dubai)