Um ano intenso vai terminar com mais um grande desafio. O brasileiro Hugo Calderano, número 4 do ranking mundial de tênis de mesa, disputa, a partir deste domingo, o WTT Cup Finals, a competição que reúne apenas os melhores do ranking na temporada e que vai ser disputada na Cidade de Cingapura, em Cingapura, até a próxima terça-feira.

O primeiro desafio de Calderano não será nada simples. Ele encara o sétimo do ranking, o chinês Lin Gaoyuan, neste domingo, às 5h45 (de Brasília), pelas oitavas de final do torneio de tiro curto. Todos os jogos são eliminatórios. Caso ele passe pelo primeiro obstáculo, pode ter um outro chinês pela frente, de memória bem recente: Liang Jingkun, oitavo do ranking, que o eliminou do Mundial disputado nos Estados Unidos, na semana passada.

O WTT Cup Finals substitui o antigo ITTF Grand Finals, mas tem o mesmo formato, convidando os 16 melhores do ranking e seus subsequentes, em casos onde algum dos primeiros convidados abra mão de sua participação. Em Cingapura, as 16 vagas do torneio masculino estão preenchidas com atletas que ocupam posições entre o primeiro e o 21.º lugar da lista mundial.

Bater os chineses é o grande desafio de Calderano. Sua ótima campanha no Mundial, a melhor de um brasileiro em todos os tempos, foi interrompida nas quartas de final por Jingkun, que chegou a estar perdendo por 3 a 0 e conseguiu a virada. O próprio posicionamento do ranking deve sofrer influência em caso de um bom resultado em Cingapura, já que ele está cada vez mais próximo de outro chinês, Xu Xin, terceiro colocado (547 pontos de diferença).

O torneio distribui uma generosa quantia de pontos: 1.500 para o campeão, 1.050 para o vice e 525 para cada semifinalista. No antigo Grand Finals, Calderano alcançou as semifinais em 2018, seu melhor resultado. A premiação também é algo a ser destacado. O vencedor fatura US$ 45 mil (cerca de R$ 253 mil na cotação atual). O vice fica com US$ 35 mil (R$ 197 mil). Mesmo quem for eliminado no primeiro jogo, terá direito a uma bolsa de US$ 12 mil (R$ 67 mil).

Mas o brasileiro terá de superar o desgaste. Ele chegou em Cingapura na última quinta-feira, após 40 horas de viagem entre Houston e o país asiático. Sabe que seu jogo depende muita intensidade e, portanto, de plenas condições físicas. Um desafio após duas competições seguidas (também disputou o Campeonato Pan-Americano dias antes do Mundial).

“O Hugo conseguiu fazer uma campanha muito boa em Houston e vai terminar a temporada internacional com essa Copa. O formato é bom, mas é difícil saber como ele vai encarar a dificuldade do calendário. Ele teve pouco mais de 40 horas de viagem. Vamos ver como vai se recuperar. Pelo menos, ele tem a motivação de competir agora”, explica o técnico francês Jean-René Mounié.