Pela primeira vez na história, as duas partidas da decisão do Campeonato Paulista terão torcida única. A regra, em vigor desde 2016 no Estado e sem perspectivas de mudança, pode causar uma situação curiosa. Se for campeão, o Corinthians não terá festa no gramado nem volta olímpica, já que a segunda partida está marcada para o gramado da casa do rival, o Palmeiras, em 8 de abril, no domingo da próxima semana.

Cenas como as dos Estaduais de 1998 e 1999 já não são possíveis. O título do São Paulo em 1998, conquistado no Morumbi, foi assistido também pela torcida corintiana, presente em peso no estádio. Um ano depois, o gramado tricolor recebeu os jogos de ida e volta de decisão que será reeditada nesta ano, entre Palmeiras e Corinthians. O triunfo corintiano foi visto por uma arquibancada dividida entre alviverdes e alvinegros, no duelo que ficou marcado pelas embaixadinhas de Edilson, que irritou os palmeirenses e causou uma confusão generalizada. A arbitragem acabou antecipando o fim da partida, encerrada aos 31 minutos do segundo tempo.

Os presidentes Maurício Galiotte e Andrés Sanchez pedem que se ache um caminho para mudar a situação. “Para o espetáculo, para a emoção e para a grandeza do futebol, tem de ter duas torcidas”, afirma o mandatário palmeirense. “Agora, nós temos de ser responsáveis. A torcida única reduziu demais as ocorrências. Diante desse quadro, nós temos que achar um caminho. Aí dependemos da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública.”

Andrés reconhece que uma mudança na medida independe da vontade dos clubes. “Sou contra uma torcida só”, disse o corintiano. “É um assunto que temos de discutir com as autoridades do Estado. Não adianta eu e o Maurício discutirmos isso agora. Não vamos brigar, nem discutir na véspera do jogo.”