05/05/2017 - 12:09
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, usou a maior parte do tempo que durou a sua palestra em evento em que a Ford lançou o motor 1,5L 3C, em São Paulo, para falar do programa de incentivo à indústria automotiva, o Rota 2030. Rota 2030 substituirá o Inovar Auto, programa de incentivo à inovação e ao adensamento da cadeia produtiva no setor automotivo cujo prazo de vigência termina em outubro deste ano.
O Inovar Auto trouxe problemas ao governo brasileiro ao ser questionado e condenado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta dos incentivos que concedia ao setor automotivo. O ministro disse preferir não falar sobre o que deu errado no Inovar Auto pelo fato de o programa ter sido feito por outro governo.
Para ele, a partir de agora é olhar para frente. “Temos que olhar para frente, para o novo ciclo automotivo que começa em janeiro de 2018”, disse Marcos Pereira, acrescentando que a Política Industrial Automotiva tem que ser uma política de Estado e não de governo. “Tem que dar previsibilidade à indústria e trazer investimentos, não pode ser mudada a cada governo”, disse.
O Rota 2030, ainda em desenvolvimento, disse Marcos Pereira, vai garantir a política industrial do setor por 15 anos. O governo já criou um grupo de trabalho denominado GTI 4.0 que tem até o dia 31 deste mês para apresentar uma prévia do programa. Depois dos ajustes, o Rota 2030 será apresentado ao presidente Michel Temer em setembro para ser aprovado e colocado em vigor ainda neste ano.
“Esse é o governo do diálogo e das reformas. O objetivo é dar previsibilidade e garantir investimentos”, afirmou o ministro, destacando que um dos objetivos da nova política automotiva é tornar os veículos brasileiros competitivos também no exterior.
Segundo o ministro, se é para falar do Inovar Auto é bom que se fale do que deu certo no programa. Neste sentido, ele registrou que o motor 1.5L 3C da Ford é um dos resultados do Inovar Auto. Ele citou ainda a adesão das montadoras brasileiras ao selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). De acordo com o ministro, 100% dos veículos produzidos no Brasil já neste ano vão sair de fábrica com a etiqueta de economia de energia.
O ministro voltou a falar do acordo bilateral entre Brasil e Colômbia, que visa triplicar as exportações dos veículos brasileiros para o país vizinho. No ano passado, as montadoras brasileiras embarcaram para o exterior cerca de 500 mil unidades. Destes, 70% foram para a Argentina e 12% para o México. Colômbia, Uruguai e Chile ficaram cada um com fatias entre 4% e 5% das exportações totais.