O Cruzeiro pretendia retornar aos treinos nesta quinta-feira. Mas, nesta quarta, informou em seu site oficial que decidiu recuar em razão dos “resultados inconclusivos” de alguns testes para covid-19. Os exames foram realizados em jogadores, membros da comissão técnica e de outros funcionários na sexta-feira e na segunda desta semana.

O clube mineiro esperava ter todos os resultados negativos para poder retomar as atividades sem maiores preocupações. Os testes realizados na sexta não apontaram nenhum positivo. Mas os de segunda (42 no total) apresentaram resultados inconclusivos, o que fez a diretoria adotar postura mais cautelosa.

Desta forma, o clube não definiu uma nova data para o retorno das atividades no centro de treinamento. Mas é certo que os treinos não serão retomados antes da próxima segunda-feira.

“Tivemos alguns testes inconclusivos e eles deverão ser repetidos até o próximo sábado, com a previsão de que os resultados dessas contraprovas sejam apresentados até a semana que vem. Estamos cumprindo todos os procedimentos previstos para garantir a proteção não somente dos membros de nosso clube, como também de toda a sociedade”, afirmou Sérgio Campolina, chefe do departamento médico do Cruzeiro.

“Só iremos recomeçar os treinos com a certeza de que ninguém está com o vírus. Portanto, o retorno dos jogadores só está previsto para os próximos dias”, reforçou Campolina.

CONSELHEIROS – Se não teve atividade dos jogadores em campo, o Cruzeiro contou com movimentação fora das quatro linhas. A Comissão de Ética e Disciplina pediu e o Conselho Gestor aprovou a expulsão do ex-presidente Wagner Pires de Sá e o então 1º vice-presidente, Hermínio Francisco Lemos, do quadro de conselheiros do clube. O pedido foi entregue à Mesa Diretora do Conselho Deliberativo, que decidirá sobre o futuro dos dois ex-dirigentes.

Na avaliação do Conselho Gestor e da Comissão de Ética, houve gestão temerária por parte dos ex-presidente e do ex-vice no mandato ocorrido entre 2018 e 2019. “Ficou demonstrado que os dirigentes deixaram de arcar com as obrigações trabalhistas e previdenciárias do clube, tendo, ainda, deixado de observar o disposto na Lei nº 13.155/2015, que estabelece princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente e democrática para entidades desportivas profissionais de futebol”, disse o clube, em nota.

As críticas à gestão anterior tem por base investigação independente realizada pela Kroll, cujo resultado foi apresentado parcialmente na segunda. Em seu relatório, a empresa apontou gastos suspeitos da gestão anterior da ordem de quase R$ 40 milhões.