A chamada “Super Quarta” terminou com os juros futuros estáveis ante os ajuste anteriores. As taxas passaram o dia oscilando entre a estabilidade e viés de baixa, inclusive após a divulgação do comunicado do Federal Reserve e durante a entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, eventos que não provocaram reação expressiva nos ativos de renda fixa local.

As taxas futuras de médio e longo prazo, que mostravam ligeira queda antes do Fed, chegaram a tocar pontualmente as máximas perto da estabilidade após a entrevista de Powell, a reboque da piora nos mercados de moedas emergentes e de um estresse nas T-Notes de curto prazo, mas nada significativo. Já os juros curtos percorreram a sessão de lado, refletindo o compasso de espera pela sinalização do comunicado do Copom no começo da noite, uma vez que o consenso em torno do corte de 0,50 ponto porcentual da Selic segue intacto.

No fechamento da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, que melhor reflete as apostas do mercado para as decisões do Copom em 2019, estava estável ante o ajuste de terça, a 5,185%. A do DI para janeiro de 2021 terminou em 5,220%, de 5,208%, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 6,27%, mesmo nível do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 encerrou em 6,83%, de 6,841%.

Apesar da movimentação restrita das taxas, a liquidez foi elevada nos principais contratos, refletindo o ajuste de posições para as principais decisões de política monetária da semana nesta quarta-feira: Fed e Copom. O Fed endossou a aposta majoritária do mercado de queda de 0,25 ponto porcentual nos fed funds, para a faixa entre 1,75% e 2,0%, mas o comunicado mostrou falta de consenso entre os dirigentes para os próximos movimentos, o que trouxe algum incômodo. “O gráfico de pontos é ‘surpreendente’ e indica ‘divisões claras’ entre os dirigentes, diz o economista-chefe Pantheon Macro, Ian Shepherdson.

Na sequência do comunicado, veio a entrevista de Powell, durante a qual o rendimento da T-Note de dez anos chegou a acelerar o ritmo de alta e o dólar foi para as máximas, firmando-se acima dos R$ 4,10 no Brasil. Houve alguma pressão sobre a curva doméstica, que apagou o viés de baixa que predominava desde o começo da tarde.

De acordo com os cálculos da Quantitas Asset, nada mudou na precificação da curva para os cortes da Selic à noite (100% de probabilidade de queda de 0,50 ponto porcentual) e para o fim do ano. Os DIs indicam um alívio total de 97 pontos-base na atual Selic de 6%, desta quarta até dezembro.

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É grande a expectativa pelo comunicado, que, na ótica do mercado, deve indicar que a taxa básica seguirá caindo pelos próximos meses, pelo menos até 5%, diante do cenário de expectativas de inflação ancoradas abaixo das metas para este e o próximo ano e de atividade fraca.


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