A lua de mel do São Paulo com seu torcedor, definitivamente, chegou ao fim. Após atrair mais de 40 mil fãs em sete partidas consecutivas no Morumbi, o time jogou no último sábado, durante empate sem gols com o Atlético-PR, para apenas 13.053 pessoas, seu sexto pior público em toda a temporada. Reflexo direto da queda de desempenho no returno do Campeonato Brasileiro, que afastou a equipe da briga pelo título.

Diferentemente do primeiro turno, quando foi o melhor mandante em aproveitamento de pontos (92,5%) – ao lado do Internacional -, com sete vitórias e dois empates, a equipe dirigida por Diego Aguirre não conseguiu manter a pegada na segunda metade do torneio: em seis partidas até aqui, ganhou duas, empatou três e perdeu uma (aproveitamento de 50%).

Não à toa, o São Paulo despencou no ranking e possui agora apenas a sétima melhor campanha como mandante dentre os 20 participantes da Série A.

A última vitória no Morumbi aconteceu no dia 8 de setembro, contra o Bahia, por 1 a 0. Na prática, isso significa que o torcedor são-paulino poderá ficar quase dois meses sem ver sua equipe ganhar em casa. Afinal, o jogo diante do Vitória, sexta-feira, será em Salvador. E o próximo duelo como mandante está marcado para 4 de novembro, diante do rival Flamengo.

“Tivemos jogos ruins no Morumbi e contra adversários diretos na tabela. Isso tirou um pouco da nossa confiança, mas tenho certeza de que iremos reagir”, disse o volante Hudson, após a derrapada de sábado.

Na teoria, o discurso tenta resgatar o otimismo de um passado recente. O problema é que a paciência da torcida se esgotou. Contra o Atlético-PR, por exemplo, parte dela entoou um grito de protesto: “Não é mole, não, eu tô cansado de time amarelão”. Na partida anterior, a derrota para o Palmeiras (2 a 0) que encerrou a invencibilidade no Morumbi neste Brasileirão e um tabu de 16 anos sem perder para o arquirrival em seu estádio, o técnico Diego Aguirre acabou xingado de “burro”.

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FAZIA TEMPO – No Brasileirão, o São Paulo só havia atraído menos gente ao seu estádio na estreia, quando 11.327 pessoas viram a vitória por 1 a 0 sobre o Paraná. Não era para menos, dados os três jogos anteriores: eliminação para o Corinthians, na semifinal do Paulistão, derrota para o Atlético-PR, pela Copa do Brasil, e empate com o Rosario Central, na Copa Sul-Americana. Ou seja, a confiança passava longe do Morumbi na época.

Aos poucos, com a equipe encaixando nas mãos de Aguirre e os resultados positivos surgindo, o torcedor voltou a dar as caras no Morumbi. Prova disso foi que, após o jogo contra o Paraná, apenas em uma das 13 apresentações seguintes na casa tricolor o placar eletrônico não anunciou a presença de ao menos 20 mil pessoas. Tal exceção aconteceu diante do Internacional, na décima rodada: 14.730 espectadores.

Conforme o São Paulo embalou no torneio, o público passou a se entusiasmar com a possibilidade do título e a esgotar ingressos de arquibancada, os mais baratos à venda – o ticket médio do clube no Brasileiro é de R$ 36 -, com dias de antecedência.

No Nacional, o São Paulo engatou oito partidas em casa atraindo mais de 40 mil pessoas a cada exibição, sequência quebrada apenas no último sábado. Tal situação levou o clube à condição de vice-líder no ranking de público do campeonato. A média atual de 37.695 pessoas por duelo como mandante só perde para a do Flamengo, que leva 46.437 fãs a cada confronto seu diante da torcida. Pelo visto, porém, tal sintonia chegou ao fim em 2018.


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