A nova política de preços de combustíveis da Petrobras, anunciada na última sexta-feira, 14, que abriu espaço para redução de 1,4% na bomba de gasolina, provocou a revisão da projeção para o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) fechado de outubro pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista da FGV André Braz, o indicador deve terminar o mês com uma variação entre 0,20% e 0,25%.

Apesar de a previsão ainda ficar acima do registrado em setembro, 0,07%, é 0,10 ponto porcentual menor que a projeção anterior para outubro, de 0,30% a 0,35%. Braz explicou que a redução no preço da gasolina ainda não foi captada na leitura da segunda quadrissemana deste mês, divulgada nesta segunda-feira, já que só começou a valer a partir do último dia 15, mas afirmou que 50% da queda nos postos já deve ser sentida ainda em outubro devido ao grande peso que o combustível tem no índice (2,8%).

“A queda na gasolina já deve nos ajudar a contar uma história diferente sobre o IPC-S de outubro”, disse Braz, ponderando que parte da redução do preço da gasolina pode ser perdida por causa da alta do álcool anidro, que compõe 27% do combustível nos postos.

O economista também afirmou que a desaceleração apresentada nesta quadrissemana, de 0,19% para 0,14%, foi uma surpresa, pois a aposta era de que o índice continuaria a acelerar levemente durante este mês. O arrefecimento foi puxado principalmente pelos alimentos, que voltaram a aprofundar a deflação nesta quadrissemana (-0,01% para -0,15%).

Braz destacou neste grupo as quedas dos preços do feijão carioca (-5,33% para -6,63%) e do leite (-10,6% para -12,47%). O economista pontuou, no entanto, que já há tipos de alimentos, como os in natura, e a carne bovina (2,80% para 3,42%) que encareceram da primeira leitura do mês para a segunda quadrissemana.

Essa “queda de braço” entre os itens em trajetória de baixa e os produtos em elevação, segundo Braz, vai fazer que o IPC-S tenha variações tímidas até o final do ano. “Tem uma queda de braço e assim o índice fica tímido. Continuando assim, pode fechar este ano em 7% ou abaixo disso, se o aumento dos alimentos, comum no final do ano, for menor do que a gente prevê”, afirmou.