A Argentina registrou nesta sexta-feira (16) 29.472 casos de covid-19, o maior número em um único dia desde o início da pandemia, metade dos quais estão na área metropolitana de Buenos Aires (AMBA), onde o governo endureceu as restrições.

O Ministério da Saúde também contabilizou 160 mortes devido ao coronavírus nas últimas 24 horas, o que totaliza 59.084 mortes e 2.659.628 infecções em um país de 45 milhões de habitantes.

Recentemente, o presidente Alberto Fernández decretou novas restrições à circulação e ao horário comercial e ordenou a suspensão por 15 dias das aulas presenciais na AMBA, o que gerou uma forte disputa com a prefeitura da capital, governada pela oposição.

Outro dado que colocou as autoridades em alerta é a ocupação dos leitos de terapia intensiva, que nesta sexta atingiu uma taxa média de 64,3% no país e subiu para 73,8% em Buenos Aires e arredores, onde vive um terço dos argentinos.

“A situação é dramática. As ambulâncias ficam circulando por horas procurando leitos para o paciente. O sistema de saúde não tem mais lugar”, disse à Radio con Vos Claudio Belocopitt, dono da Swiss Medical Group, uma das maiores empresas privadas de medicina.

Fernández determinou restrição máxima à circulação das 20h às 6h e reduziu o horário comercial para dez horas a partir desta sexta até 30 de abril, a fim de dar mais tempo para que o processo de vacinação avance e liberar os leitos de UTI utilizados para outras patologias.

Além disso, na região metropolitana, os shoppings ficarão fechados por duas semanas e as atividades culturais, esportivas e recreativas em locais fechados foram proibidas.

Em meio à disputa pela suspensão das aulas presenciais, Fernández (peronista de centro-esquerda) recebeu o prefeito Horacio Rodríguez Larreta nesta sexta na residência oficial de Olivos, mas não houve qualquer mudança de posicionamento.

O presidente insistiu que com o início das aulas em março “a curva subiu vertiginosamente”. Larreta, líder da coalizão liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri (direita liberal), apresentou recurso perante a Suprema Corte de Justiça para impedir o fechamento de escolas.

Na Argentina, 5,4 milhões de pessoas foram vacinadas contra a covid-19 desde o final de dezembro. Quase 800 mil receberam as duas doses. Novos lotes com 864 mil vacinas da AstraZeneca e um número desconhecido da Sputnik V devem chegar no fim de semana.