Palmeiras e Atlético-MG iniciam nesta terça-feira, às 21h30, a semifinal brasileira da Copa Libertadores. Atual campeão, o time alviverde encara o rival mineiro no primeiro duelo em casa, no Allianz Parque, com a ideia de fazer um jogo perfeito, semelhante à exibição contra o São Paulo nas quartas, para ir à segunda final consecutiva do torneio continental do qual ostenta dois títulos. Os dois clubes têm projetos ambiciosos financeiramente com semelhanças entre si, e também brigam pelo título do Brasileirão nesta temporada.

Antes do primeiro dos dois jogos mais importantes da história do confronto, Palmeiras e Atlético-MG já se enfrentaram em quatro torneios de mata-mata na história. O time alviverde leva a melhor no retrospecto, com vitórias em três competições – Copa do Brasil de 1996, Copa Mercosul de 2000 e Copa Sul-Americana de 2010. A equipe mineira só eliminou o rival paulista uma vez, na Copa do Brasil de 2014.

Segundo Abel Ferreira, o favoritismo está do lado do Atlético-MG, que investiu pesado, repatriando jogadores de renome internacional, como Hulk e Diego Costa, em busca do bi da Libertadores. O time mineiro foi campeão uma única vez, em 2013, com Cuca, que retornou nesta temporada. “Vamos jogar com um adversário que tem apostado tudo, tem apostado forte. É o favorito, já os dão na final com o outro adversário”, opinou o treinador português, que, embora entenda que o adversário seja o favorito, avisou que sua equipe tem ambições.

“Vamos competir, é o que fazemos, vamos analisar nosso adversário. É ida e volta, vamos ser humildes, colocar em prática nossa estratégia, capacidade, força mental, usar nossa técnica, tática e competir. No futebol tudo é possível. Usaremos as armas que temos para chegarmos à final da Libertadores”, afirmou o comandante palmeirense.

Uma arma que o Palmeiras não terá, pelo menos por enquanto, é a presença de sua torcida. O jogo desta terça será com portões fechados no Allianz Parque. Em contrapartida, o duelo de volta, na próxima semana, no Mineirão, em Belo Horizonte, terá a presença da “massa” atleticana.

Para Cuca, que conhece bem o Palmeiras, com o qual foi campeão brasileiro em 2016, não há um favorito. Embora sua equipe viva grande fase e não perca há dez partidas na temporada, liderando o Brasileirão com folga, as chances, ele avalia, são as mesmas para os dois lados.

“Vamos competir agora com o Palmeiras. As chances que a gente tem são iguais às do Palmeiras. Nós vamos competir com o Fortaleza, e as chances que a gente tem são iguais às do Fortaleza. Não adianta. Os caras estão fazendo um baita trabalho”, disse, em referência também à partida diante dos cearenses pela semifinal da Copa do Brasil.

“Agora, as dificuldades vão aumentando. Hoje, a gente está feliz com todos esses números. O fracasso e o sucesso andam juntinhos. A gente tem que ter muito cuidado, porque se não tiver as conquistas, vão vir as críticas”, completou o treinador. Cuca almeja dar o troco no Palmeiras depois de perder com o Santos a final da Libertadores 2020.

A austeridade financeira da diretoria palmeirense impediu que a equipe se reforçasse com estrelas como as do rival de Belo Horizonte, mas o elenco é equilibrado, com jovens talentosos que já se tornaram realidade e atletas mais experientes, como Weverton e o capitão Gustavo Gómez. Dudu retornou no meio desta temporada depois de um ano no Catar para voltar a ser o protagonista da equipe. E tem conseguido. Nas quartas, o jogador, que passou a atuar mais como um meia com Abel Ferreira, foi decisivo na exibição de gala frente ao São Paulo.

No Atlético-MG, além dos gols de Hulk e Diego Costa, que se entrosaram rapidamente, também chamam a atenção a consistência da defesa, liderada pelo paraguaio Junior Alonso, a inteligência de Nacho Fernández no meio-campo e o talento do lateral Guilherme Arana, convocado recentemente para a seleção brasileira.

Há algumas dúvidas quanto à escalação dos dois times. Abel tem o retorno de Danilo, que ficou fora do último jogo com a Chapecoense, mas participou dos treinos que antecederam a partida sem restrições. Zé Rafael cumpriu suspensão em Chapecó e também está à disposição. Na lateral esquerda, existe a possibilidade de o zagueiro Renan voltar a jogar no setor, o que faria com que o uruguaio Piquerez fosse para o banco.

No ataque, Luiz Adriano, que encerrou um jejum de mais de três sem marcar ao balançar as redes da Chapecoense no fim de semana, disputa uma vaga com Rony. Um dos dois será municiado por Dudu, Raphael Veiga e Wesley, jovem atacante que vive grande fase.

Cuca tem opções de sobra em seu vasto elenco. As incógnitas estão do meio para frente. Nacho Fernández vai jogar, mas não se sabe se mais recuado, ao lado de Allan, ou um pouco mais à frente, como armador perto de Zaracho. Hulk está confirmado e pode ter como parceiro de ataque Eduardo Vargas ou Diego Costa.