Uma professora aposentada, de 68 anos, conheceu por meio do Facebook um homem que dizia se chamar Gary Rone Wolfgang. Ele se apresentou como um engenheiro milionário que vivia na Califórnia, Estados Unidos. Após alguns meses de relacionamento, a vítima caiu em um golpe e perdeu cerca de R$ 99 mil. As informações são do colunista do UOL Rogério Gentile.

Em depoimento à polícia, a mulher disse que Wolfgang prometeu que viria ao Brasil visitá-la assim que a sua viagem de negócios para a Austrália terminasse.

Ele contou que estava a bordo de um navio e o capitão informou que seriam atacados por piratas. Porém, por precaução, ele já havia enviado os seus bens pessoais, inclusive dinheiro, para o Brasil.

Em um determinado momento da conversa via WhatsApp, Wolfgang disse que a caixa com seus bens ficou presa na alfândega e solicitou à mulher para que pagasse as tarifas. Completou dizendo que iria ressarcir as despesas assim que possível.

Acreditando que estava socorrendo o seu namorado, a mulher realizou quatro depósitos em uma conta indicada por ele e teve um prejuízo de cerca de R$ 99 mil.

Ainda segundo o seu depoimento, a professora disse que começou a desconfiar quando Wolfgang descreveu uma rota absurda pela qual o seu navio percorria. Ao ver as quantias transferidas, o seu filho desconfiou da história e levou a mulher para a delegacia.

Após a quebra de sigilo bancário, a polícia descobriu que a conta em que a professora realizou os depósitos pertencia a uma ex-namorada do nigeriano Fidelis Isolor que reside no Brasil.

Fidelis preferiu ficar em silêncio durante o interrogatório. Porém a sua defesa afirmou que “as provas colhidas pela investigação não são aptas a ensejar uma sentença condenatória, pois não ficou clara qual foi a atuação do acusado”.

A defesa da professora informou que ela não teve contato pessoal com o estelionatário e isso pode trazer uma “dúvida insuperável quanto a autoria criminosa. Não se sabe nem em que país o estelionatário se encontra. A investigação policial também foi inconclusiva, não se podendo afirmar com certeza qual foi a participação do acusado”.

No entanto, Fidelis foi condenado em primeira instância a devolver o dinheiro para a vítima e também teve uma pena de reclusão de três anos e seis meses em regime aberto. Depois, a sentença foi substituída por prestação de serviços à comunidade.

A ex-namorada e titular da conta, Damaris Pereira, também foi condenada como cúmplice do estelionatário. Ela afirmou que é inocente, pois não sabia que os valores depositados vinham da prática de um crime.

O Tribunal de Justiça ainda não julgou os recursos apresentados pelas partes do processo.