Sem a perspectiva de participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reta final de campanha, o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), ganhou o reforço de ministros palacianos na última semana de agendas eleitorais. Pelo menos cinco ministros devem intensificar seus compromissos de campanha nos próximos dias.

Entre eles está o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que atuou fortemente na campanha de Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno. Alckmin participou de agendas na região central de São Paulo com Boulos na terça-feira, 22, e deve comparecer a compromissos na Zona Leste na quinta-feira, 24.

Outro que tem participado ativamente nos últimos dias é o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário. De férias em São Paulo, Teixeira deve ser mais presente em praticamente todas as agendas da semana.

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho também deve bater ponto nas agendas com Boulos. A participação deve, no entanto, deve ser mais restrita, já que o ministro foca nas candidaturas de segundo turno nas cidades de Mauá e Diadema, no ABC paulista.

Já os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, devem participar de uma carreata final no próximo sábado, 26, no centro de São Paulo. Alckmin, Teixeira e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, também são esperados no evento.

A participação dos ministros vem na esteira da necessidade de maior envolvimento do Palácio do Planalto para tentar reverter o cenário atual da campanha de Boulos. As pesquisas de intenção de voto indicam uma possível derrota do deputado para Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição.

A estratégia é tentar associar a imagem de Boulos ao governo federal, já que Lula venceu as eleições de 2022 na capital paulista. Mesmo com essa tentativa, o próprio petista evitou participar ativamente da campanha no primeiro turno, o que, na avaliação de interlocutores, frustrou parte dos aliados.

Lula é uma incógnita

A pouca participação de Lula no primeiro turno é resultado da dificuldade que o petista enfrenta no Congresso Nacional. O Planalto lida com aliados nas principais cidades do país, como o MDB de Nunes.

Pessoas próximas ao presidente da República avaliam que a participação ativa dele no primeiro turno nas capitais poderia prejudicar a formação de maioria em pautas de interesse do governo, principalmente na Câmara dos Deputados. No segundo turno, o problema foi contornado, e Lula se dispôs a intensificar sua presença nas agendas.

O petista esteve em Mauá e Diadema para apoiar as candidaturas de Marcelo Oliveira e José de Filippi, respectivamente. Lula ainda faria duas agendas com Boulos no último sábado, 19, mas elas foram canceladas devido às chuvas que atingiram a cidade no fim de semana.

Com a queda sofrida no Palácio da Alvorada, a participação de Lula na caminhada que será realizada na véspera da eleição se tornou uma incógnita. Ele foi liberado para retomar as atividades presidenciais e deve passar por novos exames nos próximos dias. A decisão sobre sua presença ao lado de Boulos deve ser tomada apenas na sexta-feira, 25.