A Embraer registrou perdas líquidas de US$ 315,3 milhões no segundo trimestre de 2020. Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (5), a fabricante brasileira foi afetada pelo rompimento com a Boeing e pela queda nas vendas de aeronaves comerciais devido à pandemia do novo coronavírus.

As perdas do período de abril a junho se somam aos US$ 292 milhões do primeiro trimestre, quando a COVID-19 começou a atingir o Brasil. Assim, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo totaliza um prejuízo de US$ 607,3 milhões.

Em 2019, a Embraer encerrou o segundo trimestre com um resultado positivo de US$ 7,2 milhões.

O setor mais afetado pela crise é o da aviação comercial, principal cliente da empresa São José dos Campos (SP), que teve um colapso de 82,8% em relação ao ano anterior.

No segundo trimestre, a Embraer entregou 17 aeronaves, sendo quatro comerciais e 13 executivas. Números bem abaixo do mesmo período no ano anterior: 26 aviões comerciais e 25 jatos executivos.

Em todo o primeiro semestre de 2020, houve nove entregas de aeronaves comerciais e 22 de executivas, em comparação aos 37 jatos comerciais e 36 executivos entregues durante a primeira metade de 2019.

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A Embraer afirmou, em comunicado, que “devido à incerteza relacionada à pandemia da COVID-19, as estimativas financeiras e de entregas para 2020 permanecem suspensas”.

No final de abril, a gigante Boeing rompeu o acordo de aquisição de parte da Embraer, um negócio de US$ 4,2 bilhões que estava em sua fase final.

A companhia norte-americana alegou que tinha o direito de não seguir em frente com o pacto porque a fabricante brasileira não cumpria com as condições estipuladas. A Embraer, por sua vez, nega as alegações, argumentando que a Boeing deu fim o processo indevidamente.

Com a aquisição da Embraer, a Boeing pretendia competir com sua concorrente europeia Airbus, que se aliou à canadense Bombardier no segmento regional de aeronaves.


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