A semana começa com o principal índice da B3 no campo positivo, refletindo, por alguns, o desempenho considerado favorável ao presidente Jair Bolsonaro das manifestações realizadas no domingo, 26. Na Europa, as bolsas sobem, com exceção de Londres que não opera por conta de feriado. No entanto, a alta e o volume de negócios do Ibovespa tendem a ser limitados em razão da ausência dos mercados em Nova York, que estão fechados em homenagem ao Memorial Day.

Já a valorização das principais commodities – minério e petróleo – ajudam a impulsionar o Ibovespa nesta segunda-feira, depois da queda de 0,30%, na sexta, aos 93.627,80 pontos.

Às 10h58, subia 1,04%, aos 94.604,69 pontos.

As influências corporativas partem especialmente de Vale, siderúrgicas e Petrobras. Os contratos futuros de minério de ferro avançaram 3,13% nesta segunda-feira na China, em meio a temores de que a oferta brasileira da commodity se reduza ainda mais com o risco de rompimento de outra barragem da Vale, a de Barão de Cocais (MG), município a 93 quilômetros de Belo Horizonte.

Quanto à Petrobras, o petróleo tem sinais mistos lá fora e o investidor ainda avalia a informação de que a estatal está concluindo o trabalho de adaptação de suas refinarias para produzir combustível para navio (bunker) com baixo teor de enxofre. Os papéis sobem na faixa de 1,00%.

“Feriado lá fora deve diminuir a liquidez, mas os protestos pró-Bolsonaro mostrou que a população está mais esclarecida e sabe da importância de se aprovar a reforma previdenciária”, diz um participante do mercado.

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A despeito de considerar os manifestos positivos, o operador pondera que isso não deve alterar o cronograma da reforma da Previdência. “Não deve mexer muito no cronograma e, por isso, não tende a produzir um efeito de alta significativo na Bolsa”, estima.

Para o profissional, os protestos acenderam a luz amarela para o Congresso, que, conforme ele, precisa tomar cuidado, em função da manifestação “espontânea” do domingo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi um dos alvos de crítica.

Vale ressaltar que, há uma semana, Bolsonaro havia compartilhado por rede social panfleto convocando apoiadores para uma “marcha” a Brasília, no dia de ontem. Entretanto, o presidente não participou do evento, tentando dissociar o protesto como um ato do governo, alegando se tratar de uma “manifestação livre e espontânea”.

Na opinião dos economistas da MCM Consultores, a disputa entre Bolsonaro e a maioria no Congresso está, tudo indica, longe de se encerrar. A tensão permanece, observa a nota. Pouco (ou nada) muda também em relação à reforma da Previdência, acrescenta.


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