A Chapecoense prestou diversas homenagens, nesta sexta-feira, às vítimas do acidente aéreo ocorrido há exatos três anos, com o voo que levava o elenco do clube para a disputa da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia. 71 pessoas, entre atletas, dirigentes, jornalistas e tripulantes do voo faleceram na ocasião – houve seis sobreviventes.

A primeira ação foi o plantio de lírios da paz, realizado pelos parentes da vítimas, no átrio Davi Barella Dávi, anexo à Arena Condá, estádio da Chapecoense. O local foi construído após a tragédia. Depois, foi feita uma caminhada com familiares e torcedores do clube até a Catedral Santo Antônio, principal igreja da cidade de Chapecó.

Por fim, uma missa foi celebrada no local. A orquestra sinfônica de Chapecó se apresentou e as luzes de natal da cidade foram acesas. O zagueiro Neto, um dos sobreviventes, falou no local e pediu amor às pessoas.

Neto foi o único dos sobreviventes brasileiros que esteve nas homenagens. Dentre os outros, o lateral Alan Ruschel hoje joga pelo Goiás; o goleiro Jakson Follmann tem participado do programa de calouros Popstar, da Rede Globo, e o radialista Rafael Henzel faleceu em março de 2019, após sofrer um ataque cardíaco enquanto jogava futebol.

Três anos após o acidente, a Chapecoense vive seu pior momento nos gramados. Se no ano seguinte à tragédia a equipe conquistou uma vaga na Libertadores, hoje o alviverde catarinense sofreu seu primeiro rebaixamento na história faltando três rodadas para o término do Campeonato Brasileiro.

Em entrevista ao Estado, o presidente do clube, Paulo Magro atribuiu a situação às dificuldades financeiras vividas pela equipe. Problemas esses que tiveram vários fatores: mudanças na cota de TV, contratações erradas, constantes alterações de técnicos, queda no número de sócio-torcedor e as indenizações para as famílias dos mortos no acidente fizeram com que o time entrasse em parafuso financeiro. Segundo o mandatário, o clube tem hoje duas folhas de pagamento, dos funcionários atuais e a dos familiares das vítimas.

Enquanto isso, a batalha judicial pelas indenizações prossegue. Em setembro, Neto e familiares das vítimas fizeram um protesto em Londres em frente às sedes da corretora de seguro Aon e da seguradora Tokio Marine Kiln, que, segundo advogados, deveriam pagar entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões (R$ 16,96 milhões e R$ 21,21 milhões) aos familiares. Ambas as empresas negam dever os valores.