Com ministros de Lula, esquerda faz ato contra anistia no centro de São Paulo

Grupo se concentrou na Praça da República, com foco em ataques ao governador Tarcísio de Freitas e defesa da soberania nacional

Com ministros de Lula, esquerda faz ato contra anistia no centro de São Paulo

Centrais sindicais e movimentos de esquerda realizaram neste domingo, 7, uma manifestação contra o avanço do PL da Anistia, em tramitação na Câmara dos Deputados, e em defesa à soberania nacional na Praça da República, em São Paulo. A manifestação é um contraponto aos protestos previstos para mais tarde na Avenida Paulista em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O evento contou com a participação de ao menos dois ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) chegaram vestidos de verde e amarelo, dando validade à estratégia do Planalto de “recuperar” o simbolismo da camisa da seleção brasileira, hoje usada em protestos bolsonaristas.

Ambos criticaram o avanço do PL da Anistia e defenderam a soberania nacional em meio ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Aos jornalistas, Marinho disse que o avanço da Anistia não deve surtir efeito e que Lula vetará o projeto caso chegue ao Palácio do Planalto.

“O Congresso Nacional tem que assumir a sua responsabilidade. Se votar questão inconstitucional, serão vetadas e o Supremo irá analisar”, afirmou o ministro do Trabalho.

O PL da Anistia é o foco de bolsonaristas na Câmara dos Deputados para minar a possível condenação de Bolsonaro, julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participar do plano de golpe de Estado – as audiências retornam na terça-feira, 9, com o voto do ministro relator Alexandre de Moraes. A proposta estava engavetada, mas a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a cúpula do Centrão fez reviver o projeto, que deve ser votado na próxima semana.

Paulo Teixeira criticou Tarcísio, afirmou que o foco deveria estar em São Paulo e chamou Bolsonaro de “meliante”. As críticas vem de encontro com a estratégia de Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social, de desgastar a imagem do governador paulista em meio às especulações sobre a candidatura dele à presidência da República.

“O governador de São Paulo deveria defender a economia de São Paulo prejudicada pelo tarifaço e não sair de São Paulo para defender um meliante”, pontuou Texeira.