O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 13, que deseja indicar uma pessoa “gabaritada” para a vaga que foi aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, e negou o interesse em colocar “um amigo” na corte.
Em entrevista coletiva em Roma, onde se reuniu com o papa Leão 14 e participou de eventos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, o petista disse que não sabe se indicará um homem ou uma mulher para a vaga, e que tomará uma decisão depois de conversar com pessoas ao retornar ao Brasil.
“Eu quero uma pessoa — não sei se mulher ou homem, preto ou branco — que seja gabaritada para ser ministra da Suprema Corte. Não quero um amigo, quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira”.
A indicação de Lula
Para assumir uma vaga no STF, a pessoa indicada pelo presidente passa por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, seguida de votação pelo colegiado e plenário da Casa, onde 41 votos garantem a aprovação — uma escolha presidencial não é rejeitada desde 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto.
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Será a 11ª indicação de Lula na história e terceira no atual mandato, após os ministros Flávio Dino, que atuou como ministro da Justiça em sua gestão, e Cristiano Zanin, que foi seu advogado pessoal nos processos da Lava Jato.
Pela proximidade do presidente, os dois nomes citados reforçam o favoritismo do ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, para ser ungido à sucessão de Barroso. Integrantes do PT e advogados próximos a Lula apoiam a indicação, mas há correntes no Congresso e no próprio Supremo que preferem Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, para a função.

Lula ao lado de Jorge Messias, ministro-chefe da AGU e favorito à indicação ao STF