Com Brasil e Argentina pressionados, Messi em dúvida e o continente ainda sentindo o gosto amargo da Copa do Mundo da Rússia-2018, a Copa América-2019 no Rio fará um sorteio nesta quinta-feira (24) para definir seus grupos, em uma edição que promete ser das mais abertas do torneio, com o Chile como atual campeão e muitas incógnitas a serem esclarecidas.

Embaixador do torneio continental que volta a ser disputado no Brasil depois de 30 anos, o ex-capitão da Seleção Cafu comandará o sorteio que terá início às 20h30 (horário de Brasília), na Cidade das Artes do Rio de Janeiro, e definirá os três grupos nos quais competirão as dez seleções da Conmebol, além dos convidados Japão e Catar, entre 14 de junho e 7 de julho.

Em sua quinta Copa América como anfitrião, o Brasil será um dos três cabeças de chave do sorteio, ao lado de Uruguai (7º no ranking Fifa), maior campeão do torneio com 15 títulos, e Argentina (11ª).

A delicada situação dos argentinos, que não comemoram um título há 26 anos, não os impediu de liderar um dos grupos, graças à classificação utilizada pela Conmebol para distribuir as equipes nos quatro potes.

No segundo pote estarão a forte Colômbia, o atual bicampeão continental Chile e o Peru, que disputou a Copa da Rússia, enquanto o terceiro recipiente terá Venezuela, Paraguai e Japão, convidado pela segunda vez a disputar o torneio de seleções mais antigo do mundo.

Já no quarto pote aguardarão Equador, Bolívia e Catar, que não poderá cair no mesmo grupo da outra seleção convidada na fase de grupos.

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Com a presença de lendas brasileiras do passado e do presente, como Zico, Marta e Ronaldinho, o sorteio definirá também o roteiro de viagens das seleções pelas cinco sedes de um torneio que será inaugurado no Morumbi de São Paulo e passará por Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre antes da grande final de 7 de julho no Maracanã.

– Bloqueio –

Foi do mítico estádio carioca que a Argentina de Lionel Messi saiu destruída em 2014, após a derrota na final da Copa do Mundo para a Alemanha, e é nesse mesmo templo do futebol que a Alviceleste sonha em acordar de seu pesadelo.

Ferida desde então, a Argentina precisou passar pelo trauma de perder duas finais nos pênaltis para o Chile – nas Copas América de 2015 e 2016 -, ou de se classificar no sufoco para a Copa da Rússia, onde mostrou sua fragilidade até ser eliminada nas oitavas de final pela campeã França.

Para piorar, desde aquele fatídico 30 de junho em Kazan, Messi não voltou a vestir a camisa alviceleste.

Mas, no renovado grupo que vem sendo montado pelo técnico interno Lionel Scaloni – e que contará agora com o lendário César Luis Menotti como diretor de seleções -, acredita-se que Messi estará no Brasil.

Sem título desde a Copa América-1993 e derrotada em quatro das últimas cinco finais continentais, os precedentes da Argentina são péssimos. Resta saber se a possibilidade de erguer um troféu na casa do rival Brasil será motivação suficiente para impulsionar de vez os argentinos.

– Fantasma –

O Brasil também não pode relaxar. Com o trauma do 7 a 1 contra a Alemanha ainda vivo, a Seleção de Neymar terá que voltar aos palcos da fatídica Copa do Mundo-2014 em que sofreu a pior derrota de sua história.

Com “apenas” oito títulos continentais (contra 15 do Uruguai, e 14, da Argentina), o Brasil nunca teve na Copa América uma obsessão. Mas, este ano, é diferente.

Erguido ao status de salvador da pátria após as eliminatórias, Tite se vê agora pressionado pela campanha decepcionante do Brasil na Copa da Rússia, aonde chegou como favorito e caiu nas quartas diante da Bélgica.


Apesar do apoio público dos dirigentes da CBF, Tite sabe que terá o cargo ameaçado em caso de um novo fracasso da orgulhosa pentacampeã mundial em casa.

– Aberto –

Brigam também pelo título o aguerrido Uruguai de Luis Suárez e Edinson Cavani, dispostos a esquecer a decepção russa – onde foram eliminados pela França nas quartas -, e o bicampeão Chile.

Depois de ver sua geração dourada fazer história dois anos seguidos, o Chile viveu o anticlímax em 2017 ao ficar de fora da Copa da Rússia. Agora, sob o comando do colombiano Reinaldo Rueda, buscará dar a volta por cima.

A Colômbia de James Rodríguez chegará ao Brasil em plena reformulação, ainda sem técnico fixo após a saída de José Pekerman. Também passam por reconstruções Equador e Paraguai, agora treinado por Juan Carlos Osorio. Já o Peru confia em Ricardo Gareca para liderar novamente uma seleção que voltou a disputar a Copa do Mundo após 36 anos.

Muito mais complicada parece ser a missão das fracas Bolívia e Venezuela, ou de Japão e Catar. Mas, se tem algo que a frenética Copa do Mundo da Rússia deixou claro, é que o equilibrado futebol mundial não espera por ninguém.

Nem por suas velhas campeãs.

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