03/09/2024 - 10:05
Com menos público nas arquibancadas e sem aglomerações nas sedes dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, o espírito olímpico segue vivo graças à dedicação dos participantes e a magia imutável de alguns dos locais emblemáticos do evento.
Um deles, o Estádio da Torre Eiffel, continua sendo o mais animado, após trocar o vôlei de praia pelo futebol de 5 adaptado. A areia deu lugar a um tapete turquesa onde os atletas cegos surpreendem o público.
“É exatamente o mesmo ambiente” dos Jogos, diz o francês Louis, de 25 anos, após a partida entre China e Turquia (2 a 0), na segunda-feira (2).
“É extraordinário e ao mesmo tempo permite que você descubra um esporte”, completou seu amigo Benoît, de 31 anos.
Apesar do silêncio exigido para que os jogadores possam ouvir as instruções do goleiro e os sinos da bola, o público aproveita cada pausa para torcer, cantar e fazer olas.
“A ola silenciosa foi magnífica”, diz Roman Palu, uma francesa que veio acompanhada de uma amiga.
Mas as imagens aos pés da Torre Eiffel, local muito elogiado desde julho, não se repetem em todas as sedes, como é o caso da Arena Paris Sul, no portão de Versalhes.
Esta instalação é sede de dois dos esportes específicos dos Jogos Paralímpicos e sem equivalente nas Olimpíadas: o goalball e a bocha.
“Há um pouco menos gente, talvez devido a volta às aulas”, diz Aurelién Coudert, de 26 anos, que foi ao local com um dos passes ‘Discovery’, que permite assistir a vários eventos no mesmo dia por apenas 24 euros (US$ 26,50 ou R$ 149,34 na cotação atual).
“Na entrega de medalhas da bocha as arquibancadas estavam meio cheias”, detalha o jovem.
Nesta sede, as revistas de segurança e a circulação entre os prédios eram fluidas, com poucas aglomerações ou filas de espera na loja oficial, nos pontos de alimentação ou em frente à estátua dos Agitos, símbolo dos Jogos Paralímpicos e o local preferido para fotos em grupo.
Mas para quem vem de fora e sem fazer comparações com os Jogos Olímpicos, a experiência ainda parece positiva.
“Nota-se o ambiente olímpico e os atletas paralímpicos são muito vistos nas ruas, e isso ajuda a divulgar”, diz a espanhola Gemma León, de 58 anos, para quem o clima nos eventos está sendo “impressionante”.
No fim do dia, a estrela continua sendo o caldeirão olímpico, um balão de ar quente que paira sobre os Jardins das Tulherias, ao lado do Museu do Louvre.
O desmonte da instalação olímpica próxima, na Place de la Concorde, significa que há muito menos pessoas na longa Rue de Rivoli, adjacente aos jardins, mas à medida que o anoitecer se aproxima, os visitantes começam a esperar naquela e em outras ruas próximas e em frente à esplanada da conhecida galeria de arte.
Menos gente, apesar dos 2,3 milhões de ingressos vendidos para o evento, mas símbolos que persistem e uma atmosfera que mantém intacta a paixão: o espírito olímpico segue vivo em Paris no início de sua última semana.
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