Contratado para compor a dupla de pilotos da Ferrari com Sebastian Vettel, Charles Leclerc deve ser visto inicialmente como um escudeiro para o tetracampeão mundial. Mas se superar o companheiro parece difícil inicialmente, ao menos o monegasco, de 21 anos, impressionou nesta quinta-feira ao liderar o penúltimo dos oito dias de testes coletivos da pré-temporada da Fórmula 1 com o melhor tempo de todas as sessões realizadas no Circuito da Catalunha, nas proximidades de Barcelona.

Leclerc cravou o tempo de 1min16s231 na sua melhor volta, sendo apenas 0s05 mais lento do que o recorde da pista, registrado pelo britânico Lewis Hamilton no treino de classificação do GP da Espanha.

De acordo com Leclerc, tanto ele como o seu novo carro têm mais potencial. “O carro é sólido, me sinto muito confortável com isto. Ainda há muito a aprender, mas é um bom começo”, disse o monegasco, que assumiu a vaga do finlandês Kimi Raikkonen na Ferrari para a temporada 2019.

Mas após exibir toda sua velocidade, Leclerc teve problemas na sua Ferrari, que parou na pista logo após a curva 8. Ainda assim, as 138 voltas completadas o levaram a ser o segundo piloto que mais tempo treinou nesta quinta, atrás apenas do novato britânico George Russell, da Williams, com 140, e que foi o 11º colocado do dia.

A parada de Leclerc não foi nada comparada ao susto que Vettel enfrentou na quarta-feira, quando bateu de frente em uma barreira de pneus depois de perder o controle na curva 3 do circuito. O piloto alemão não sofreu nenhum ferimento significativo, mas foi levado ao centro médico para verificações preventivas.

Quando perguntado se ele tinha obtido algumas dicas de Vettel, Leclerc indicou que a relação deles estava longe de ser aluno-professor. “Precisamos trabalhar juntos para tentar melhorar o carro, mas ele também quer me bater na pista tanto quanto eu quero vencê-lo”, disse o monegasco. “Então não é como se estivesse indo até ele para obter algumas dicas, mas eu posso definitivamente aprender com ele olhando seus dados, olhando para a maneira como ele trabalha com a equipe. Então, sim, foi muito, muito útil”.

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Dominante nas últimas temporadas da Fórmula 1, a Mercedes voltou a ter desempenho discreto nos testes, com o britânico Lewis Hamilton sendo o décimo colocado e o finlandês Valtteri Bottas ficando na 13ª e última posição. E ele destacou o potencial da Ferrari.

“Eles ainda parecem fortes, mas, como sempre, entre os testes e Melbourne, muita coisa pode mudar. Precisamos desenvolver mais o novo pacote para poder competir com eles devidamente”, afirmou Bottas.

Alguns novatos no grid se destacaram no treino desta quinta-feira. Foram os casos do tailandês Alexander Albon, da Toro Rosso, que ficou em segundo lugar, com 1min16s882, e do britânico Lando Norris, da McLaren, o terceiro colocado, com 1min17s084.

Mesmo tendo perdido o controle do seu carro na curva 9, em seu segundo acidente nesta pré-temporada, algo que provocou uma bandeira vermelha, o francês Pierre Gasly, que trocou a Toro Rosso pela Red Bull, foi o quarto colocado. E ele foi seguido pelos dois pilotos da Renault, o australiano Daniel Ricciardo e o alemão Nico Hulkenberg.

O canadense Lance Stroll, da Racing Point, também provocou outra bandeira vermelha e fechou o dia em sétimo lugar. O italiano Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo, foi o oitavo colocado, com o francês Romain Grosjean, da Haas, em nono, três posições à frente do dinamarquês Kevin Magnussen, o seu companheiro de equipe.

Os testes coletivos da Fórmula 1 se encerram nesta sexta-feira no Circuito da Catalunha. E a temporada vai ser aberta em 17 de março, com o GP da Austrália, em Melbourne.


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