O Brasil, que recuperou a alegria de jogar graças à vitória por 3 a 0 sobre a Jamaica na estreia na Copa do Mundo da França-2019 e que terá de volta a atacante Marta, enfrentará uma Austrália ferida, nesta quinta-feira em Montpellier, pela segunda rodada do Grupo C.

As Matildas, como são conhecidas as australianas, uma das grandes potências do futebol feminino, foram surpreendidas na estreia pela Itália (2-1). Uma inesperada derrota que abala suas aspirações de finalmente ultrapassar a barreira das quartas de final em Copas do Mundo (foram eliminadas nesta fase nas últimas três edições).

Agora, a seleção oceânica não tem margem para erro em um Grupo C liderado com autoridade pelo Brasil.

“Ainda temos dois jogos e precisamos reagir rapidamente e aprender com nossos erros”, afirmou o técnico da Austrália, Ante Milicic.

– Carpenter, a jovem escudeira –

“Defensivamente, demos oportunidades demais. Precisamos trabalhar nisso”, completou o ex-jogador, que vê no sistema defensivo da Austrália seu ponto fraco.

Apesar da derrota para a Itália, a estrela australiana Sam Kerr não falhou em deixar sua marca, anotando o gol das Matildas na partida.

A atacante, que tem 25 anos, é dona de números que a colocam num patamar impressionante. Kerr se tornou a quarta maior artilheira da seleção australiana com 32 gols, 24 deles marcados nas últimas 28 partidas pela seleção.

Kerr, que defende o Chicago Red Stars e que estreou na seleção australiana com apenas 15 anos, é atualmente a capitã de seu país.

Ao seu lado estará Ellie Carpenter, que aos 19 anos já soma seis temporadas jogando no mais alto nível, com direito a participação nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. É uma jogadora muito importante para Milicic porque é capaz de defender e atacar com a mesma qualidade.

O duelo desta quinta-feira em Montpellier será o primeiro entre duas nações do Top-10 do ranking da Fifa nesta Copa do Mundo de 2019. O Brasil, que chegou à Copa em péssima fase, após nove derrotas seguidas, é o décimo colocado, enquanto a Austrália é a sexta.

E o duelo entre Austrália e Brasil é um clássico do futebol feminino. Os dois lados já se enfrentaram 18 vezes, com nove vitórias para as oceânicas e oito para as brasileiras. Em Copas, a vantagem é brasileira, com duas vitórias e uma derrota.

– ‘Estilo diferente’ –

“A Austrália sempre foi uma adversária difícil de jogar. Mas nós também somos! Elas têm um estilo muito diferente das jamaicanas”, analisou o técnico do Brasil, Vadão.

A Seleção, que chegou à França repleta de dúvidas, conseguiu mostrar sua força na estreia graças à qualidade de Cristiane, autora de três gols contra a Jamaica, que sofreu pela inexperiência em sua estreia em Copas.

Cristiane supriu com perfeição a ausência de Marta, desfalque por um problema muscular sofrido em final de maio.

A seis vezes melhor jogadora do mundo voltou aos treinos coletivo com as companheiras na terça-feira e deverá estar em campo no decisivo jogo contra a Austrália, no qual uma vitória valerá a classificação às oitavas de final da Copa.

“Só de estar no banco Marta já traz muito apoio à equipe”, declarou Vadão sobre sua atacante estrela, após a vitória sobre a Jamaica.

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