No Brasil, cerca de sessenta milhões de munições estão em poder de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs) — mais que o dobro em relação ao ano passado, quando o número era de vinte e oito milhões e quinhentas mil unidades. O aumento deve-se, sobretudo, à facilitação na compra desse tipo de mercadoria que se dá no governo do presidente Jair Bolsonaro, no exato momento em que diversos países legislam para reduzir o volume em circulação. O absurdo maior, no Brasil, é que as munições destinadas aos CACs não são registradas, como acontece, por exemplo, com aquelas utilizadas pelas forças de segurança. É inevitável, assim, que uma grande parte acabe no mercado clandestino. Em todas as nações verdadeiramente democráticas, em que os governantes restringem o mais que podem o uso de armamentos na sociedade, reservando-os para utilização somente pelo Estado (detentor legal e legítimo do monopólio de possuí-los visando à manutenção da própria democracia), as munições são registradas. Esse procedimento é vital para inibir o seu desvio — e, se alguém comete um crime, valendo-se de uma bala que integre lote destinado aos colecionadores, caçadores e atiradores desportivos, resulta que é muito fácil para a polícia investigar e chegar ao culpado. Vale lembrar que no início de 2022 foi apreendida no Brasil uma enorme quantidade de munição e armas que abasteciam a facção criminosa denominada Comando Vermelho, justamente na residência de uma pessoa que tinha o certificado de CAC. O registro é imprescindível; somente o governo de Jair Bolsonaro é cego para tal fato.

Liberou geral
Armas com calibre 9 mm só podiam pertencer às Forças Armadas. Com as leis bolsonaristas, hoje qualquer cidadão tem acesso a elas. Explica-se, assim, o aumento de seu emprego em atos ilegais. O trabalho de investigação da polícia tornou-se mais difícil

Legislação permissiva demais

OFERTA Balas: muito além do plausível (Crédito:Istockphoto)

Caçadores podem comprar até 30 armas, sendo 15 de uso restrito. E têm autorização para adquirir, anualmente, mil munições para elas. Atiradores desportivos conseguem até 30 armas de uso restrito, com mil munições por ano. Já os colecionadores não possuem limite máximo de armas para compra. Esse armamento não dá ao proprietário o direito de estocar munição.

GOVERNO
O Ministério da Mulher não defende a mulher

INEFICIÊNCIA Damares Alves: pasta vazia de dinheiro e de ideias (Crédito:Divulgação)

Pesquisa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc): os recursos do governo federal para o combate à violência contra a mulher atingiram ínfimos patamares, jamais vistos. Capitaneado pela ministra Damares Alves (“menina veste rosa” e “menino veste azul”, lembra?), o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos receberá do governo de Jair Bolsonaro, ao longo de 2022, somente R$ 43,2 milhões. Isso em um Brasil no qual 1 mulher é estuprada a cada 10 minutos.

COMPORTAMENTO
Menino que gosta de brincar de ambulância salva a vida da mãe

Um garoto de 11 anos de idade salvou a vida da mãe, em uma cidade do interior paulista. Aos dois anos ele ganhou um carrinho que imita ambulância — e, desde então, esse é o seu brinquedo preferido. O menino encontrou sua mãe, que é diabética, desmaiada em casa. Telefonou para o Samu e soube responder a tudo que lhe perguntaram. O atendente pediu para que não fizesse nada e aguardasse a ambulância (essa de verdade). Mas ele decidiu agir. Fez na mãe, desacordada, o exame de ponta de dedo (taxa de 27, muito baixa). Diante disso, concluiu que o certo era desligar a bomba de insulina, interrompendo a entrada da medicação em seu organismo. Aí ele reuniu amiguinhos e pediu que indicassem a sua casa assim que vissem uma ambulância. Na sequência, colocou focinheira nos cães da família para que não atacassem a equipe de socorro. “Ele foi um herói”, define Carlos Costa, um dos socorristas que foi ao local.

INTACTO O grupo Falklands Maritime Heritage Trust anunciou ter encontrado no Mar de Wedel, na Antártica, o barco Endurance, que pertenceu ao navegador anglo-irlandês Ernest Shackleton. O Endurance partiu da Ilha Geórgia do Sul em 1914, e o sonho de Shackleton era realizar a primeira travessia do Continente Antártico. O navio, no entanto, ficou preso ao gelo em 1915. Ele se lançou sozinho ao oceano, em um pequeno barco, para conseguir auxílio. Retornou alguns meses depois e os 28 integrantes do Endurance sobreviveram. Agora, após mais de um século, a embarcação foi localizada a três mil metros de profundidade. “O Endurance está de pé e imponente no fundo do mar”, declarou Mensun Bound, diretor da Falklands Maritime.

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