A Porto encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 584 milhões, queda de 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado da companhia, uma das maiores seguradoras do País, foi afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que atingiram parte dos clientes com seguros em linhas como automóvel e residencial.

O efeito das enchentes para o lucro foi de R$ 87,2 milhões, de acordo com a companhia. Além disso, a Porto também contabilizou impacto negativo de R$ 19,4 milhões devido à rolagem de títulos de renda fixa da carteira de investimentos.

Sem estes fatores, o lucro do trimestre teria sido de R$ 690,6 milhões, um crescimento de 2,1% em um ano.

O resultado financeiro da empresa foi de R$ 167 milhões no período, uma queda de 48,3% no comparativo anual. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) da companhia foi de 18,5%, contra 25,8% no mesmo intervalo de 2023. Os impactos das enchentes e da rolagem dos títulos explicam o resultado.

A receita total, que considera todas as áreas de operação do Grupo Porto, subiu 13,6% no segundo trimestre, para R$ 9 bilhões no segundo trimestre deste ano. O número foi impulsionado pelas operações em saúde e serviços financeiros, além da Porto Serviço, mais nova unidade da Porto.

A Porto Seguro, que reúne as atividades de seguros da companhia, teve receita de R$ 5,2 bilhões, crescimento de 3,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O auto, principal linha de negócio, teve crescimento de 0,7%, enquanto os seguros patrimoniais avançaram 12,6%, e os de vida, 5,9%.

A sinistralidade em seguros subiu 3,2 pontos porcentuais sob o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, para 52,5%. Especificamente no auto, chegou a 59%, um crescimento de 4,7 pontos porcentuais, mas teria sido de 54,6% (+0,3 p.p. em um ano) se desconsiderados os efeitos do evento climático. A Porto estima ter pago cerca de R$ 255 milhões em sinistros, e que cerca de 3,8 mil veículos segurados foram atingidos.

Saúde, Porto Bank e serviços

No segundo trimestre, a Porto Saúde, operadora de planos de saúde do Grupo, registrou receita de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 50,2% em relação ao mesmo período do ano passado, com um incremento de 31,3% na carteira de beneficiários, que chegou a 606 mil.

A sinistralidade do produto caiu 3,2 pontos em um ano, para 79,4%. Diferente de outras operadoras, a Porto Saúde não comercializa planos no Rio Grande do Sul, e atua em regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

No Porto Bank, a receita total cresceu 23,5% em um ano, para R$ 1,4 bilhão, impulsionada pelas receitas com consórcios, que subiram 39,3%. O volume transacionado dos cartões de crédito subiu 14,5%, para R$ 14,1 bilhões, e a inadimplência acima de 90 dias na carteira de crédito caiu 1,1 ponto porcentual em 12 meses, para 6,4%.

Já a Porto Serviço, criada no ano passado para reunir os negócios de prestação de serviços do Grupo, teve receita de R$ 635,9 milhões, sendo que 23,5% vieram de fora do ecossistema da Porto.