Precisando marcar gols, ainda que sem saber quantos, o Santos pode ter visto a defesa virar um problema para o jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, terça-feira, no Pacaembu, contra o Independiente. Afinal, já sem contar com o zagueiro Luiz Felipe e o lateral-esquerdo Dodô, o time também pode ficar sem Gustavo Henrique.

Logo nos minutos iniciais do triunfo do Santos por 2 a 0 sobre o Bahia, no sábado, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro, Gustavo Henrique se chocou com o volante Gregore. O zagueiro recebeu atendimento médico, chegou a enfaixar a cabeça, mas não conseguiu permanecer em campo, sendo substituído aos 18 minutos do primeiro tempo por Cuca, que promoveu a entrada de Robson Bambu.

Após o confronto, o Santos revelou que Gustavo Henrique sofreu “ferimento cortante no supercílio” e levou alguns pontos. Agora, então, ele terá a sua situação monitorada pelo departamento médico do Santos. E até pela proximidade do confronto com o Independiente, se tornou dúvida para o duelo no Pacaembu.

A situação preocupa ainda mais porque o Santos só tem dois zagueiros à disposição para o confronto com o Independiente: o titular Lucas Veríssimo e o jovem Robson Bambu. O time perdeu recentemente David Braz, que se transferiu para o futebol turco. Além disso, Luiz Felipe se contundiu nos minutos iniciais do duelo com o Cruzeiro pela Copa do Brasil, no Mineirão, em 15 de agosto, e ainda se recupera da lesão muscular grau 2.

“Ele levou 15 pontos na testa, é preocupante. Até terça tem pouco tempo. O Bambu entrou bem, estava há muito tempo sem jogar, mas ficamos sem opções se perdê-lo. São situações que ocorrem e temos que lidar com isso”, disse Cuca em entrevista coletiva após o duelo com o Bahia, exibindo preocupações com o risco de não contar com zagueiros no banco de reservas diante do Independiente por causa do problema de Gustavo Henrique.

Além disso, se Lucas Veríssimo é titular, Robson Bambu, de apenas 20 anos, pouco atuou pelo Santos em 2018. O duelo com o Bahia foi apenas o quarto confronto dele na temporada, sendo que os outros três foram pelo Campeonato Paulista, o último em 11 de março.

Se corre risco de ficar sem Gustavo Henrique, Cuca já sabe que não poderá utilizar o lateral-esquerdo Dodô, suspenso pela expulsão no jogo de ida com o Independiente. E a escassez de jogadores na posição forçará o treinador a adotar uma improvisação.

O meia Jean Mota costumeiramente joga como lateral-esquerdo, mas Cuca indicou preferência pelo volante Diego Pituca para exercer a função por causa das características do Independiente. Só que essa improvisação também forçará nova mudança, agora no meio-campo santista, setor em que Pituca se firmou como titular.

“Quem disse que ele (Jean Mota) será o lateral? Já viu como o Pituca está treinando? Meza é rápido e vamos colocar um cara que não é lateral? Pensa e depois me fala”, brincou Cuca em entrevista coletiva na última sexta-feira.

O empate por 0 a 0 com o Independiente obriga o Santos a vencer a partida de terça-feira por qualquer placar para avançar às quartas de final da Libertadores. Só que a situação pode se tornar pior, pois o clube será julgado na segunda-feira pela escalação de Carlos Sánchez na Argentina. Caso seja considerado culpado, o Santos deve ser apenado com um placar desfavorável de 3 a 0, punição padrão para esse tipo de irregularidade.

Com isso, o Santos precisaria vencer o Independiente por quatro gols de diferença para se classificar ou 3 a 0 para levar o duelo aos pênaltis. E como o gol fora é critério de desempate nesta fase da Libertadores, ser vazado no Pacaembu complicaria a meta do clube de avançar na competição. Por isso, ter a defesa fortalecida também deverá ser uma preocupação de Cuca na terça-feira, ainda mais agora, sob o risco de ter um novo desfalque.