O varejo na capital paulista sofreu prejuízos com a paralisação dos caminhoneiros nas estradas do País, revela levantamento elaborado pela Associação Comercial de São Paulo (ASCP). Dados compilados pela entidade indicam uma retração de 6,1% das vendas na segunda quinzena de maio, justamente o período compreendido pela greve, em comparação ao mesmo período de 2017.

“O comércio sofreu o impacto do desabastecimento nos postos, do problema de entrega de produtos e na confiança do consumidor. Foi um período de incertezas”, comenta o presidente da ACSP, Alencar Burti.

Nas vendas à vista, a queda foi de 7,1% na quinzena, enquanto as vendas a prazo recuaram 5,0%.

O executivo apontou outras dificuldades decorrentes da paralisação. “O governo deveria prorrogar o prazo de pagamento de impostos ou parcelar, porque as empresas estão com problema de caixa”, aponta. Burti ainda criticou a condução do caso pelo governo.

Para ele, é a população quem vai subsidiar o desconto de R$ 0,46 concedido sobre o preço do diesel. “Cada um de nós pagará sua parcela, é um dinheiro que vai e não volta, o governo não vai bancar. Assim, não existe greve contra o governo: a greve é contra a população. Os grevistas a utilizam para pressionar o governo a atender seus interesses, e no fim a conta sempre recai sobre o consumidor”, enfatizou.

Nos dados fechados de maio, a ACSP verificou uma queda média de 1,7% nas vendas. A ACSP aponta “leve alta de 2,1% nas vendas a crédito (bens duráveis) e queda de 5,4% nas comercializações à vista (semiduráveis)”.