Com a final da Copa América no Maracanã ainda fresca na memória, Brasil e Argentina se enfrentam neste domingo, em São Paulo, em uma nova edição do clássico em que Neymar e Messi, mais uma vez companheiros de equipe, lutam pelo domínio na América do Sul.

Os argentinos ainda vibram com o título da Copa América conquistado sobre a seleção brasileira, no templo carioca, em julho. Apesar da derrota na final, os brasileiros, líderes das Eliminatórias, estão mais preocupados em formar uma equipe titular competitiva do que em se vingar do eterno rival.

Com os astros recuperando o ritmo no início da temporada europeia, Tite e Lionel Scaloni se enfrentam pela primeira vez neste torneio classificatório, em um duelo entre líder e vice-líder rumo à Copa do Catar-2022.

– Time titular inédito –

O Brasil confirmou sua força na vitória sobre o Chile (1-0), em Santiago, na quinta-feira, em jogo que estabeleceu o recorde de sete vitórias consecutivas no início de uma eliminatória para a Copa do Mundo.

A equipe verde-amarela mandou um recado contundente: sem metade dos titulares consegue conquistar os três pontos, mesmo jogando mal, que é a principal crítica à equipe de Tite.

Para a rodada tripla, ele não vai poder contar com os jogadores que atuam na Inglaterra, como o capitão Thiago Silva, Ederson, Roberto Firmino, Richarlison e Gabriel Jesus, nem os atletas que jogam na Rússia, Malcom e Claudinho.

O Brasil foi o time mais afetado pelo veto de algumas ligas europeias a cessão de seus jogadores para viajar á América do Sul devido ao protocolo anticovid.

Assim, Tite teve que recorrer a atletas que disputam o Brasileirão, para formar um time titular que certamente será inédito, assim como o que venceu no Chile, e que terá o desfalque do suspenso Marquinhos, cuja vaga seria ocupada por Lucas Veríssimo ou Miranda.

“Conseguir sete vitórias é um marco para a história. Que venha a oitava!”, avisou Everton Ribeiro, autor do gol do triunfo sobre a ‘Roja’.

Derrotar o eterno adversário não só aumentará esse recorde, como também os deixará consideravelmente mais próximos do Catar, no momento em que o primeito turno das eliminatórias ainda nem acabou.

– Messi 100%? –

Contra a Argentina, vice-líder com quinze pontos, o Brasil vai defender sua histórica invencibilidade em casa.

Ainda sem ritmo, Neymar vai comandar o desfalcado ataque contra a Albiceleste de seu amigo e novamente companheiro de equipe, desta vez no PSG, Lionel Messi, cujo desembarque em São Paulo na sexta-feira gerou preocupações.

O capitão argentino caminhou mancando em direção à entrada do hotel em São Paulo, após uma entrada violenta do zagueiro venezuelano Adrián Martínez sobre sua perna esquerda na vitória da Argentina por 3 a 1 em Caracas.

“Em nenhum caso minimizamos o jogo. Eles vêm de uma incrível sequência positiva e estão à altura do adversário, seja lá quem for”, disse Scaloni, que afirmou que seu capitão “está bem”, mas sua real condição será conhecida neste sábado durante a última sessão de treinos.

Messi jogou os noventa minutos contra a ‘Vinotinto’, por isso deve começar como titular no estádio Neo Química Arena, casa do Corinthians, onde no domingo haverá apenas 1.500 convidados.

O camisa 10 vai liderar então uma equipe jovem que, sem muito brilho, já acumula 21 jogos consecutivos sem perder (14 vitórias e 7 empates) e que caminha mais leve depois de ter conquistado a Copa América, encerrando um incômodo jejum de 28 anos sem títulos.

Para o clássico sul-americano, Scaloni anunciou mudanças e vai voltar a contar com o zagueiro Cristian Romero e o volante Leandro Paredes, suspenso contra a Venezuela.

Derrotar o Brasil em casa é reescrever a história, mas também se aproximar da liderança em uma região em que ambos lutam para estabelecer sua hegemonia. “Precisamos vencer e deixar uma boa imagem”, acrescentou o técnico.

Prováveis escalações:

Brasil: Weverton – Danilo, Lucas Veríssimo, Eder Militao, Alex Sandro – Casemiro, Bruno Guimaraes – Hulk, Neymar, Lucas Paquetá – Gabigol. Técnico: Tite.

Argentina: Emiliano Martínez – Gonzalo Montiel, Cristian Romero, Nicolás Otamendi, Marcos Acuña – Ángel Di María, Leandro Paredes, Rodrigo De Paul, Giovani Lo Celso – Lionel Messi, Lautaro Martínez. Técnico: Lionel Scaloni.

Árbitros: o venezuelano Jesús Valenzuela com seus seus auxiliares, os compatriotas Tulio Moreno e Lubin Torrealba.

Horário: 16h00 (horário de Brasília).

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