A estreia do técnico Dorival Júnior no comando da seleção brasileira aconteceu da melhor forma, com uma vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, neste sábado (23), no Estádio de Wembley, em Londres, graças a um gol de Endrick a dez minutos do final.

O jovem de apenas 17 anos, que entrou no jogo aos 71 minutos e que vai se transferir para o Real Madrid no final da temporada vindo do Palmeiras, marcou pouco depois (80′), em um contra-ataque, após aproveitar uma rebatida do goleiro inglês Jordan Pickford após um chute de Vinicius Junior.

Endrick, que havia substituído Rodrygo, seu futuro companheiro no Real Madrid, marcou seu primeiro gol no terceiro jogo com a camisa do Brasil, após uma jogada iniciada por Andreas Pereira, que também havia entrado pouco antes no lugar de Lucas Paquetá.

Aos 17 anos e 246 dias, Endrick é o quarto artilheiro mais jovem da história da seleção brasileira, em um ranking encabeçado por Pelé, que marcou em 1957 aos 16 anos e 257 dias.

– Perigoso no contra-ataque –

O gol fez jus aos méritos do Brasil, que criou chances mais perigosas, principalmente nos contra-ataques.

Dessa forma, Dorival Junior, ex-técnico do São Paulo, de 61 anos, que assumiu o comando da Amarelinha em janeiro, encerra uma incômoda sequência de quatro jogos sem vitória do Brasil.

Após começar com o pé direito seus amistosos na Europa, a seleção brasileira vai enfrentar na terça-feira em Madri a Espanha, que perdeu na sexta-feira em Londres em outro amistoso, contra a Colômbia (1-0).

A seleção pentacampeã, que agora acumula doze vitórias, onze empates e quatro derrotas diante da Inglaterra, em 27 jogos, derrotou os ingleses depois de quatorze anos e três jogos sem conseguir: a última vez havia sido em 2009, em Doha, num amistoso em que venceu por 1 a 0.

Dorival Júnior decidiu ser ousado em sua estreia ao colocar três estreantes no time titular: o goleiro Bento, o zagueiro Beraldo e o meia João Gomes.

Também colocou dois homens na frente, os madridistas Vinicius e Rodrygo, para aproveitar a velocidade em possíveis contra-ataques. E essa aposta quase deu certo aos 12 minutos, quando em um contra-ataque Paquetá, que voltou à seleção após vários meses afastado, tocou para Vinicius, que se livrou do goleiro mas chutou fraco e a bola foi interceptada perto da linha por Kyle Walker.

Vinicius, muito atuante pela esquerda, fez outra jogada logo depois, caindo dentro da área em disputa com Walker e pediu pênalti.

Dorival apostava nas rápidas recuperações de bola na intermediária para construir contra-ataques velozes.

Com esse objetivo, encheu o meio-campo, fazendo com que seus laterais Wendell e Danilo avançassem um pouco, deixando para trás apenas os zagueiros Beraldo e Fabrício Bruno.

Embora a Inglaterra tivesse a posse, o Brasil movimentava a bola com rapidez e criou mais chances, como um chute na trave de Paquetá aos 34 minutos.

– Desfalques dos dois lados –

Na aposta ambiciosa de Dorival Júnior, Raphinha, que atuava como terceiro atacante, aproveitou um erro de Harry Maguire, mas o chute passou raspando a trave.

As duas seleções entraram em campo com muitos desfalques por lesão, mas a Inglaterra parecia sentir mais as ausências.

O Brasil se mostrava confiante na defesa apesar dos desfalques de Marquinhos e Gabriel Magalhães.

A Inglaterra, imprecisa no ataque, sentiu mais a falta de um homem na área, depois que os atacantes Bukayo Saka, Cole Palmer e, principalmente, Harry Kane saíram da lista na última hora.

No segundo tempo, os ingleses quiseram tomar a iniciativa, enquanto o Brasil confiava nas suas jogadas rápidas.

E a seleção brasileira teve a primeira grande chance do segundo tempo, já aos 15 minutos, quando Bruno Guimarães tocou de primeira para Paquetá, cujo chute com efeito passou rente à trave.

Depois veio o gol de Endrick, que encerrou a invencibilidade de dez jogos da Inglaterra e trouxe mais confiança para o torcedor brasileiro.

psr/pm/aam