A oposição convocou sua tropa de choque para participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado e pode ter maioria no colegiado. Dos sete indicados até o momento, quatro fazem parte do bloco oposicionista e outros dois podem entrar nos próximos dias.
Entre os nomes já colocados estão os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sérgio Moro (União Brasil-PR). Marcos do Val (Podemos-ES) e Magno Malta (PL-ES) completam a lista de indicados pela oposição até o momento. Para o lado governista, foram indicados os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE). Alessandro Vieira (MDB-AC) entra na ala independente, mas que pode votar com o governo se necessário.
A estratégia da ala é tomar para si o debate pela segurança pública e tentar enfraquecer o Palácio do Planalto sobre o tema às vésperas das eleições. Alguns parlamentares apontam a movimentação do governo para ganhar créditos com o eleitor e exemplificam a pressão pela PEC da Segurança Pública e a disputa pelo protagonismo na Operação Carbono Oculto como exemplos.
O número de parlamentares da oposição pode subir nos próximos dias com a indicação do bloco formado por Progressistas e Republicanos. Os líderes da oposição querem que os partidos nomeiem senadores da ala ideológica, o que daria munição na disputa pelos cargos-chaves da CPI.
O PT quer assumir a presidência do colegiado, mas com a maioria oposicionista a ideia ficará inviável. O partido, inclusive, tem atuado nos bastidores para dar maior equilíbrio à comissão. PSD e PSB ainda não indicaram seus nomes e há uma expectativa para que Otto Alencar (PSD-BA) e Jorge Kajuru (PSB-GO) sejam os escolhidos para equilibrar o quadro.
A comissão foi aberta após um pedido do senador Alessandro Vieira, que deve ficar com a relatoria do colegiado. A abertura dos trabalhos foi determinada na quarta-feira, 29, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em resposta à operação da Polícia do Rio de Janeiro nos Complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira, 28, contra membros do Comando Vermelho. Ao todo, 121 pessoas morreram nos confrontos entre policiais e traficantes, sendo a operação mais letal na história do estado.
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