Depois de um início difícil, Dorival Junior enfim começou a ajustar o Flamengo. E a vitória sobre o Corinthians, na casa do rival, na noite de terça-feira, não apenas deixou o time carioca perto das semifinais da Copa Libertadores. O triunfo por 2 a 0 confirmou a boa fase, renovou a confiança dos seus jogadores e mostrou que o Fla está, de fato, na briga por títulos grandes na temporada.

A vitória na Neo Química Arena marcou o sétimo jogo do Fla sem derrota. Com Dorival no comando, a equipe rubro-negra acumula dez triunfos nos últimos 12 jogos. O momento favorável contrasta com o início da trajetória do treinador pelo time, quando ele assumiu a missão de substituir Paulo Sousa, numa das passagens mais frustrantes de um técnico pela equipe carioca nos últimos anos.

Dorival estreou logo com derrota, por 3 a 1, para o Internacional. Foram três revezes nos quatro primeiros jogos, dois deles seguidos para o rival Atlético-MG, em diferentes competições. O treinador demorou para engrenar, mas já ostenta números invejáveis: 11 vitórias, um empate, quatro derrotas e um aproveitamento de 71%.

“Quando você assume o comando de uma equipe, primeiro precisa buscar um norte. Nada do que eu fale, eu vá fazer uma comparação com o trabalho anterior. Respeito todo o trabalho. Quando você assume o clube, tem consciência do momento da equipe. Respeito os que estavam aqui. Você dá um norte aos jogadores. Você mostra isso em vídeos, mensagens, movimentos e mostra isso em campo, isso é o trabalho tático”, comenta Dorival.

O treinador revela que o “pulo do gato” que permitiu a reação do Flamengo na temporada foi a mudança de posição de Arrascaeta, principal armador da equipe. “Eles (os jogadores) perceberam coisas positivas. Ajustes nós fizemos, principalmente com o Arrascaeta, que é um jogador de grande nível”, diz, ao explicar que passou a posicionar o meia mais recuado. “Eles vêm acreditando, as coisas vêm se abrindo e mostramos apresentações como estamos mostrando.”

O próprio Arrascaeta confirma os efeitos das decisões do treinador. E garante que a equipe “começou a acreditar”. “Quando ele chegou, estávamos em um momento difícil. Com a qualidade que temos aqui, o time tem que brigar por coisas importantes. O nosso vestiário é muito bom, mas precisávamos de um cara que viesse e voltasse a dar essa força para nós. Então, no dia a dia a gente começou a acreditar nas coisas e fomos evoluindo.”

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Em campo, as determinações de Dorival tiveram reflexo automático. Além de goleadas, como o 7 a 1 sobre o Tolima e o 4 a 0 sobre o Juventude, o Flamengo passou a apresentar desempenho convincente. Foi assim na reviravolta sobre o Atlético-MG, para quem havia perdido duas vezes, nas oitavas de final da Copa do Brasil. E agora sobre o Corinthians, na Libertadores.

Para o torcedor rubro-negro, a perspectiva de títulos na temporada se torna ainda mais positiva porque os reforços de peso, contratados na atual janela de transferências, ainda não ganharam entrosamento na equipe. Se jogadores como Everton Cebolinha e Arturo Vidal se encaixarem no time, a torcida poderá sonhar grande novamente.


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