Os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) se reúnem nesta terça-feira, 13, à tarde para tratar da penúria da fundação que administra o conjunto, causa do cancelamento dos onze concertos marcados até o fim do ano no Teatro Municipal do Rio, na Sala Cecilia Meireles e na Cidade das Artes. A crise econômica no País fez minguar os patrocínios – entre eles o da prefeitura do Rio, que informou nesta segunda-feira, 12, que fará “nos próximos dias” o depósito dos R$ 2,5 milhões acordados para 2016 (até 2013, eram R$ 6 milhões anuais, com progressiva redução dos valores).

O clima entre os músicos é de grande apreensão. Eles estão com salários atrasados – os pagamentos deveriam ter sido feitos semana passada e a fundação já informou que só com a entrada de recursos poderá honrá-los – e futuro incerto – não sabem em que condições continuarão tocando até dezembro, uma vez que uma programação alternativa poderia aumentar ainda mais a dívida da fundação, hoje em R$ 15,5 milhões.

O grupo foi informado da situação numa reunião há uma semana. No mês passado, o salário também atrasou e os planos de saúde foram suspensos, o que os levou a paralisar as atividades e não realizar um concerto para o Comitê Olímpico Internacional. Hoje, o presidente da comissão de músicos, o violinista búlgaro Nikolay Sapondjev, não quis comentar a questão, preferindo se pronunciar após a reunião desta terça-feira.

“É um momento bastante crítico, em que a OSB pede a ajuda da sociedade e do governo para continuar suas atividades. Entraremos em contato com todos os assinantes e discutiremos uma solução para essa dívida que temos com eles”, disse o presidente da fundação, Eleazar de Carvalho.

“No início do ano, havia outra perspectiva, que acabou não se concretizando. A OSB está enfrentando um grave período em relação à sua saúde financeira. Entretanto, ao longo de 76 anos, certamente a OSB já superou diversos outros momentos de dificuldade.” Assinantes e doadores físicos ouvidos pelo jornal “O Estado de S. Paulo” se disseram solidários à instituição, e não pretendem pedir ressarcimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.