Entre os direitos televisivos, os receitas comerciais e os ingressos, a Uefa faturou pouco mais de 1,9 bilhões de euros na Eurocopa de 2016 organizada na França. Nestas circunstâncias, é difícil imaginar um cancelamento puro e simples da edição de 2020, por isso ela acabou sendo adiada para 2021.

– Bom negócio –

A organização da Euro 2016 em dez cidades francesas gerou 1,9 bilhões de euros de receita para a Uefa, reconheceu a entidade em seu relatório financeiro para a temporada 2015-2016.

Esse valor representa um aumento de 500 milhões de euros (+38%) em comparação com a edição de 2012, disputada em duas sedes – a Polônia e a Ucrânia – e entre 16 seleções, em vez das 24 que disputaram quatro anos depois.

Para a Uefa, sediada em Nyon, na Suíça, a Euro-2016 foi “um sucesso econômico, com um resultado líquido de 847,3 milhões de euros”.

Nos 4,6 bilhões de euros de receita anunciada pela Uefa na temporada de 2015-2016, a parte da Eurocopa de 2016 representou quase 42%.

– Direitos televisivos: a metade –

Nestes últimos anos, os direitos televisivos para transmitir a Eurocopa não pararam de crescer: eram 560 milhões de euros em Portugal-2004, 802 milhões na edição da Áustria e Suíça-2008, 837 milhões na que foi compartilhada por Polônia e Ucrânia em 2012 e 1,02 bilhão de euros na França-2016. Esta última edição foi transmitida em 200 redes de televisão em 230 países em todo o mundo, de acordo com a Uefa.

Com mais de 1 bilhão de euros associados a direitos audiovisuais, a Uefa acrescentou 483 milhões de direitos comerciais há quatro anos (comercialização de direitos de transmissão, patrocínio e licenciamento em nome da Uefa), com um aumento deste conceito de 54% em relação à edição de 2012.

Essas duas fontes de receita representam 79% da receita da Eurocopa de 2016.

– Sucesso na venda de ingressos –

Passar de 16 seleções na Euro-2012 para 24 em 2016 permitiu à Uefa aumentar o número de jogos disputados e as receitas, também na venda de ingressos.

A confederação europeia disse ter vendido “cerca de 2,5 milhões de ingressos e mais de 60.000 pacotes de ‘hospitalidade’ (fórmulas que incluem estadia e acesso ao estádio) para os 51 jogos”.

Os ingressos e pacotes permitiram à Uefa ganhar respectivamente 269 milhões de euros (contra 136 em 2012) e 128 (102 em 2012), o que representa 20% do valor global da receita.

Para a Eurocopa 2020, a Uefa havia anunciado que havia “mais de três milhões de ingressos disponíveis”.

– As cidades-sede –

As 12 cidades-sede da Euro-2020 (Amsterdã, Budapeste, Glasgow, São Petersburgo, Bilbao, etc), com Londres recebendo as semifinais e a final, esperavam altas receitas da competição e tudo o que a envolve.

Ao receber três partidas na fase de grupos e um jogo das oitavas de final em 2016, Saint-Etienne adicionou 45,1 milhões de euros, 17 vezes mais do que as despesas feitas pela cidade.

Os quase 185 mil visitantes, “principalmente homens que viajaram com amigos e sem filhos, gastaram uma média de cerca de 200 euros durante a estadia”, disse um gabinete independente solicitado pela cidade.

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