Conhecido pelo seu estilo agressivo sob o comando de Jorge Sampaoli, o Santos tem sofrido quando está em desvantagem no placar. Nesta temporada, o time sofreu o primeiro gol em dez dos 30 jogos oficiais que disputou e só conseguiu a virada em duas oportunidades. E perdeu sete desses duelos.

A dificuldade santista de manter uma segurança defensiva precisando reverter um placar desfavorável ficou exposta no sábado, quando perdeu por 4 a 0 para o Palmeiras. Naquela oportunidade, Gustavo Gómez abriu o placar logo aos seis minutos do primeiro tempo. Depois, o time marcaria mais três vezes, com Deyverson, Raphael Veiga e Hyoran, assegurando a vitória com uma facilidade que não se previa.

“Pode ter a ver com a obrigação de sermos protagonistas. Tomamos dois gols, a responsabilidade aumentou e, em vez de controlar o jogo, fomos muito decididos a atacar com mais gente que o normal. Temos que corrigir o sistema defensivo. Deixamos espaços atrás e essas goleadas podem acontecer”, afirmou Sampaoli, na sequência da derrota para o Palmeiras.

Foi um cenário parecido ao da primeira derrota expressiva do Santos em 2019. Em 3 de fevereiro, Morato marcou aos oito minutos, Marcos Serrato ampliou aos nove e encaminhou o triunfo do Ituano, que goleou o time da Baixada por 5 a 1, no Novelli Junior, pelo Campeonato Paulista, indo ao intervalo em expressiva vantagem de 4 a 1.

A outra goleada que o Santos sofreu em 2019 teve cenário parecido, com um gol sofrido no minuto inicial. Dessa vez, pela rodada final da primeira fase, em Ribeirão Preto, Rafael Costa colocou o Botafogo em vantagem no minto inicial. E o time aproveitou os espaços para construir a goleada de 4 a 0.

Na avaliação do zagueiro Felipe Aguilar, essas derrotas podem ter ocorrido porque o Santos se desorganizou defensivamente pela necessidade de buscar a virada. “O Santos jogou 30 jogos e foi goleado em três, contra Ituano, Botafogo-SP e Palmeiras. O Santos tem um equilíbrio. Quando saímos perdendo, nos descuidamos um pouco da parte defensiva, desordenamos, perdemos a ideia e o foco. Isso é o que temos pecado quando fomos goleados. São momentos específicos”, comentou o jogador colombiano.

Nos dez jogos em que foi vazado primeiro pelo adversário, o Santos só conseguiu duas viradas. Na primeira, em 6 de fevereiro, levou um susto aos seis minutos, com o gol marcado por Luizão, mas conseguiu a virada para massacrar o Altos, em Teresina, por 7 a 1, avançando à segunda fase da Copa do Brasil.

A outra virada do Santos aconteceu em 2 de março. Bruno Lopes abriu o placar para o Oeste, no Pacaembu, aos 15 minutos do primeiro tempo. Mas dessa vez o time reagiu e garantiu o triunfo por 3 a 2 com o gol decisivo de Victor Ferraz saindo apenas aos 51 minutos do segundo tempo.

Em um jogo em que largou em desvantagem, Santos até conseguiu o empate, por 1 a 1, contra o River Plate do Uruguai. Mas o time foi eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana por causa do critério de gols marcados fora de casa, já que o duelo de ida, em Montevidéu, havia terminado empatado em 0 a 0.

O Santos volta a entrar em campo neste domingo, quando receberá o Internacional, na Vila Belmiro, pela sexta rodada do Brasileirão. E Jorge espera um time mais atento para evitar a necessidade de busca de uma nova e rara virada.

“Será um jogo muito difícil, sabemos da qualidade do Inter. Mas temos que entrar em campo focados, pois sabemos que esses três pontos serão muito importantes na sequência da competição. O apoio dos nossos torcedores será bastante importante e vamos entrar em campo pensando em dar essa vitória para eles”, afirmou, ao site oficial do Santos.

Confira os resultados dos dez jogos em que o Santos largou em desvantagem em 2019:

03/02 – 1 x 5 Ituano

06/02 – 7 x 1 Altos-PI

26/02 – 1 x 1 River Plate-URU

02/03 – 3 x 2 Oeste

15/03 – 0 x 1 Novorizontino

20/03 – 0 x 4 Botafogo-SP

31/03 – 1 X 2 Corinthians

04/04 – 0 x 1 Atlético-GO

24/04 – 1 x 2 Vasco

18/05 – 0 x 4 Palmeiras