Por David Morgan

WASHINGTON, 24 Jun (Reuters) – Lideranças do Partido Democrata estão tentando transformar a reversão da histórica decisão Roe vs. Wade em palavras de ordem para as eleições de novembro, alertando sobre consequências sombrias para mulheres e casamentos homoafetivos se os republicanos retomarem o controle do Congresso. 

Em uma decisão de 5 a 4, abastecida pela maioria conservadora, a Suprema Corte norte-americana reverteu a histórica decisão de 1973 que reconhecia o direito das mulheres ao aborto, que legalizou a prática em todo o país por quase meio século. 

A decisão foi comemorada como uma vitória estonteante por republicanos contrários ao aborto e por outros conservadores, enquanto democratas e ativistas pró-aborto protestaram contra o que descreveram como um retrocesso para os direitos das mulheres norte-americanas.

Mas, com o controle da Câmara dos Deputados e do Senado em jogo nas eleições de meio de mandato em 8 de novembro, os democratas também alertaram que os direitos das mulheres e outros enfrentarão perigos adicionais caso os republicanos retomem o controle do Congresso. 

“Os republicanos estão planejando uma proibição nacional do aborto. Não podemos permitir que eles tenham a maioria no Congresso para fazer isso”, afirmou a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, a jornalistas. 

“Está claro que precisamos conquistar a maioria em novembro. Tudo está em jogo”, acrescentou Pelosi, uma católica que foi impedida de comungar no mês passado pelo arcebispo de San Francisco por conta de seu apoio ao direito ao aborto.

Cerca de 71% dos norte-americanos –incluindo maiorias de democratas e republicanos– dizem que as decisões sobre o término de uma gravidez deveriam caber a uma mulher e a seu médico, em vez de serem reguladas pelo governo, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos. 

(Reportagem de David Morgan; reportagem adicional de Doina Chiacu, Katharine Jackson e Moira Warburton)

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