19/09/2019 - 22:00
O técnico Tite anuncia nesta sexta-feira, a partir das 10h30, na sede da CBF, no Rio, uma nova lista de convocados da seleção brasileira. Desta vez, o treinador chamará 23 nomes para os amistosos contra Senegal e Nigéria, respectivamente nos dias 10 e 13 de outubro, em Cingapura, onde a equipe nacional vai atuar depois de ter acumulado dois jogos sem vitórias nos Estados Unidos.
Em solo norte-americano, no último dia 6, a equipe nacional empatou por 2 a 2 com a Colômbia, em Miami, com um gol e uma assistência de Neymar, que então fez a sua primeira partida após três meses sem atuar. Depois disso, no início da madrugada do dia 11 (no horário de Brasília), o time brasileiro decepcionou ao ser derrotado por 1 a 0 pelo Peru, em Los Angeles.
O revés no reencontro entre os países que disputaram a decisão da última Copa América, em 7 de julho, quando o Brasil triunfou com uma vitória por 3 a 1 no Maracanã, marcou a terceira derrota de Tite desde quando ele assumiu o comando da seleção, em 2016 – as outras duas foram para a Argentina, também por 1 a 0 em amistoso na Austrália em 2017, e para a Bélgica, por 2 a 1, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
E a convocação desta sexta-feira é esperada com bastante apreensão por vários clubes da elite do futebol nacional, pois o comandante deve chamar um bom número de jogadores que atuam no País. E quem for lembrado pelo treinador vai desfalcar a sua equipe na 24ª e na 25ª rodada do Brasileirão, que ocorrerão entre os dias 9 e 13 de outubro.
Um atleta que tem alta chance de ser convocado nesta sexta-feira é o atacante Everton, do Grêmio, que acabou não sendo chamado para as partidas contra Colômbia e Peru por causa do envolvimento do clube gaúcho nas semifinais da Copa do Brasil naquele período.
E a tendência é a de que Tite mantenha o padrão que adotou em suas últimas convocações, nas quais incluiu no máximo um jogador por clube brasileiro. Se este protocolo se repetir, ele deverá escolher, por exemplo, entre Bruno Henrique ou Gabriel, ambos em grande fase pelo Flamengo, em sua lista de atacantes.
Bruno Henrique foi chamado para defender a seleção nos dois últimos amistosos nos Estados Unidos, onde teve pouco tempo para mostrar serviço ao entrar na parte final do segundo tempo contra colombianos e peruanos. E se Tite optar por agora levar Gabriel para estes próximos desafios na Ásia, vai premiar o momento do jogador que está na artilharia disparada do Brasileirão, com 16 bolas na rede, e foi o autor do golaço de cobertura que definiu a vitória por 1 a 0 sobre o Santos, no último sábado, no Maracanã, pela rodada final do primeiro turno da competição.
Independentemente de suas escolhas, Tite sabe que o Brasil entrará em campo no próximo dia 10 de outubro, no estádio Nacional de Cingapura, pressionado a conquistar uma vitória sobre Senegal, pois a equipe ficou longe de agradar aos seus torcedores nos amistosos em solo norte-americano, onde exibiu muitos erros ofensivos e deficiências na defesa, setor que não conseguiu repetir a eficiência mostrada na vitoriosa campanha da Copa América. No torneio, os brasileiros só levaram um gol em seis partidas.
RIVAIS AFRICANOS – Curiosamente, a equipe nacional nunca atuou com a sua seleção principal em um jogo contra os senegaleses, que tiveram confirmada a sua permanência na 20ª posição no ranking da Fifa na última quinta-feira, quando a listagem voltou a ser atualizada pela entidade. E o time de cima do País só encarou a Nigéria, atual 34ª desta lista, em uma única ocasião, em 2003, quando superou a rival por 3 a 0, em Abuja, capital da nação africana, com gols de Gil, Luis Fabiano e Adriano.
Ao justificar a escolha por estas duas seleções como próximas adversárias do Brasil, Juninho Paulista, novo coordenador da CBF, destacou nesta semana que estes encontros darão a Tite a chance de medir força “contra uma escola (africana) que a seleção brasileira teve poucos encontros nos últimos anos” e que isso era um “desejo da comissão técnica”. A entidade nacional, por sua vez, enfatizou que estes dois oponentes atendem ao requisito, também manifestado pelo presidente Rogério Caboclo, de a equipe enfrentar sempre rivais que estejam figurando no Top 50 do ranking da Fifa.
A única seleção africana que o Brasil encarou sob o comando de Tite foi a de Camarões, superada por 1 a 0 em novembro de 2018, com gol de Richarlison, em amistoso realizado em Milton Keynes, na Inglaterra, onde o time nacional encerrou sua temporada passada.
OUTRAS CONVOCAÇÕES – Outras duas convocações de seleções brasileiras serão divulgadas na manhã desta sexta-feira na sede da CBF. Uma delas será a da equipe olímpica dirigida por André Jardine, que revelará uma lista de escolhidos para os amistosos contra Venezuela e Japão, respectivamente nos dias 10 e 14 de outubro, em Recife, onde primeiro eles jogarão no estádio dos Aflitos e depois na Arena Pernambuco.
O zagueiro Walce e o atacante Antony, ambos do São Paulo, e o meia-atacante Pedrinho, do Corinthians, todos presentes nos últimos amistosos da seleção olímpica, estão entre os nomes que poderão ser chamados novamente e consequentemente voltarem a desfalcar as suas equipes.
Outra seleção que será convocada nesta sexta é a sub-17, que se prepara para o Mundial da categoria, que ocorrerá no Brasil entre 26 de outubro e 17 de novembro. O técnico Guilherme Dalla Dea divulgará a última lista de chamados antes do início da competição, que terá como sedes as cidades de Brasília, Goiânia e Cariacica (ES). E este grupo terá de se apresentar ao treinador no início do próximo mês, na Granja Comary, em Teresópolis, para dar início à preparação para o torneio da Fifa.
O longo período entre o início dos treinos e o fim do Mundial, na qual a seleção espera poder estar presente na luta pelo título, preocupa alguns clubes deste Brasileirão que contam com jovens promessas em seus elencos. Uma delas é Talles Magno, de 17 anos, hoje titular do ataque do Vasco. Outro destaque é o meia Reinier, da mesma idade e que defende o Flamengo, mas neste caso figurando como uma boa opção de banco.
Os dois são considerados nomes certos nesta convocação de sexta e, se a seleção for até a decisão do Mundial, eles poderão desfalcar os seus times por até 11 rodadas do Brasileirão e só voltariam a ficar à disposição dos seus clubes para a 34ª jornada da competição nacional, marcada para acontecer entre os dias 23 e 25 de novembro.