Apenas dois dias depois da eleição de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, o atual líder do país, Barack Obama, tentou amenizar a tensão ao receber os atuais campeões da NBA na Casa Branca. Como é tradicional por lá com os vencedores das principais ligas nacionais, Obama foi visitado pelo Cleveland Cavaliers, mostrou o bom humor característico, mas a tensão pela vitória de Trump era clara.

Obama parabenizou o Cavaliers pela incrível vitória de virada sobre o favorito Golden State Warriors na decisão da última temporada. Depois de estar atrás no placar por 3 a 1 na série melhor de sete, o time de Ohio virou o placar e conquistou seu primeiro título na principal liga de basquete do mundo.

“Foi a primeira equipe da história a escapar de um buraco assim (na final da NBA). A volta por cima foi extraordinária e a gente aprende muito sobre as pessoas quando elas estão em desvantagem”, opinou o presidente norte-americano, que recebeu uma camisa do Cavaliers com seu nome e o número 16 às costas.

Obama também brincou com a fama de Cleveland de ser uma cidade sem sucesso no esporte. Antes do Cavaliers, nenhum representante local era campeão de uma das principais ligas do país – basquete, beisebol, futebol americano e hóquei – desde 1964. O presidente também não perdeu a chance de alfinetar seu sucessor, Donald Trump, com quem se reuniu mais cedo para tratar da troca do comando.

“Aplausos para o campeão do mundo, o Cleveland Cavaliers. É isso mesmo, eu disse ‘campeão do mundo’ e ‘Cleveland Cavaliers’ na mesma sentença. Era disso que estávamos falando quando nos referíamos a mudança e esperança”, declarou no início de seu discurso.

Antes da eleição, Obama chegou a dizer que não considerava Trump preparado para ser o novo presidente dos Estados Unidos. Mas o empresário venceu a eleição contra Hillary Clinton na terça-feira, resultado lamentado por muitos pela personalidade do político, que em diversas oportunidades teceu os mais variados comentários preconceituosos.

Na NBA, não é diferente. LeBron James apoiou publicamente Clinton. Nesta quinta, o ala Richard Jefferson chegou a revelar um possível boicote das equipes norte-americanas ao novo presidente a partir do ano que vem. “Palavras não podem expressar a honra que sinto por ser o último time a visitar a Casa Branca”, chegou a escrever em suas redes sociais.

Como o mandato de Obama está perto do fim, o Cavaliers foi o último a visitar o presidente na Casa Branca. Em 2017, alguns jogadores defendem o encerramento destas cerimônias, justamente para não ficarem frente a frente com Trump. O ala Iman Shumpert também manifestou sua opinião política ao postar uma foto de sua esposa, Teyana Taylor, à frente de um quadro de Hillary Clinton na Casa Branca nesta quinta.