A taxa de adoção de soluções de IA nas empresas e órgãos públicos no Brasil vem aumentando. O levantamento “Desbloqueando o potencial da IA no Brasil” – feito pela consultoria Strand Partners a pedido da AWS Brasil – consultou mil empresas e identificou que 40% delas já estão usando IA no seu dia a dia, um aumento de 31% no período de um ano. O patamar brasileiro é superior aos de México (38%) e Chile (35%).
“É importante ressaltar que essas empresas já estão aplicando IA diretamente em seus negócios. Esse percentual não inclui aquelas que apenas estão experimentando a tecnologia ou têm projetos ainda em fase de testes”, ressaltou Cleber Morais, diretor-geral da AWS Brasil durante o AWS Summit, realizado nesta quarta-feira em São Paulo.
Embora o interesse em IA seja cada vez maior, alguns obstáculos ainda impedem um crescimento mais acelerado. E um deles é a falta de mão de obra especializada. Na mesma pesquisa, 46% das empresas apontam a carência de talentos como uma das principais barreiras para acelerar o uso de IA generativa.
Como forma de combater esse problema, a AWS anunciou durante o evento um programa de capacitação que pretende formar 1 milhão de pessoas com habilidades de computação e nuvem e IA até 2028.
Batizado de AWS Treina Brasil, o projeto contará com treinamentos gratuitos e tem como parceiros Santander, SENAI e Refuturiza, entre outras instituições.
O AWS Treina Brasil oferecerá conteúdos em português, do nível básico ao avançado, por meio de um portal online. Os interessados podem se inscrever para acessar os cursos no site oficial da iniciativa.
Instabilidade econômica não impacta nuvem

Paula Bellizia durante o AWS Summit São Paulo 2025
As recentes questões geopolíticas e econômicas que afetam os mercados globais até o momento têm tido um impacto pequeno no negócio de nuvem. Em conversa com jornalistas, Paula Bellizia, VP da AWS para a América Latina, ressaltou que as estratégias de investimento em IA de modo geral continuam.
“De modo geral as empresas não mudaram a direção e o seu desejo de capturar o maior valor possível por meio da tecnologia”, afirmou. Para ela, no momento há apenas alguns ajustes pontuais em projetos, com algumas prioridades sendo postergadas. “Num momento de incerteza, a eficiência toma um palco mais central, enquanto a inovação e projetos maiores podem esperar um pouco mais”, afirmou.
Paula comentou também o recente anúncio de modelos open-weight do ChatGPT dentro da nuvem da AWS. Para ela, a parceria entre as empresas reforça a estratégia de variedade de opções de modelos na nuvem.
“Não é um único modelo que vai resolver todos os problemas de negócios e entregar todo o valor que os nossos clientes precisam. Por isso apostamos na plafaforma Bedrock como entrada para uma grande variedade de modelos, incluindo as soluções da própria Amazon como a família Nova e englobando também modelos de parceiros como Deep Seek, Anthropic, e Mistral”, detalhou.