Com câncer de próstata, Biden não fazia exames desde 2014, diz porta-voz

Roberto Schmidt/AFP
Joe Biden, ex-presidente dos EUA Foto: Roberto Schmidt/AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não se submeteu a nenhum exame para detecção de câncer de próstata por mais de uma década até ser diagnosticado com uma versão agressiva da doença, segundo o porta-voz do democrata.

O último exame conhecido do presidente Biden foi em 2014. Antes de sexta-feira, o presidente Biden nunca havia sido diagnosticado com câncer”, afirmou o porta-voz nesta terça-feira, 20.

Após a revelação do diagnóstico já em estágio avançado e com metástase óssea, o político passou a ser questionado na imprensa e por opositores sobre a possibilidade de ter ocultado problemas de saúde na fase final de seu mandato na Casa Branca.

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O diagnóstico de Biden

Profissionais de saúde ouvidos por agências internacionais expressaram surpresa com o diagnóstico, já que a maioria dos cânceres de próstata é detectada em estágio inicial e presidentes passam por um monitoramento completo da saúde. O câncer de próstata tem uma taxa de sobrevivência muito maior do que a maioria dos outros tipos da doença.

Outros profissionais, no entanto, levaram em conta a menor confiabilidade dos instrumentos de detecção em idade mais avançada. “É muito razoável interromper a verificação aos 72 anos [idade de Biden em 2014, ano do último exame], independentemente do estado de saúde, ou diminuir significativamente a frequência do exame”, disse Scott Eggener, especialista em câncer urológico e professor de cirurgia da Universidade de Chicago.

O escritório de Biden informou que ele foi diagnosticado na sexta-feira com câncer de próstata “agressivo” que se espalhou para os ossos. Na segunda-feira, 19, o republicano foi às redes sociais para agradecer pelo apoio recebido após o anúncio.

Câncer e questionamentos

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance estão entre os republicanos que ofereceram votos de recuperação a Biden, ao mesmo tempo em que levantaram questões sobre o momento e a natureza de seu diagnóstico.

Em 2024, ano final do mandato do democrata na Casa Branca, vale lembrar que Biden chegou a lançar a candidatura à reeleição para enfrentar Trump nas urnas. Nos eventos inaugurais de campanha e no primeiro debate em que enfrentou o atual chefe do Executivo, no entanto, o ex-presidente deu sinais de debilitação e levantou suspeitas sobre as condições físicas para ser reconduzido ao cargo.

Em julho, ele desistiu da candidatura para apoiar sua vice, Kamala Harris, derrotada por Trump no pleito.

*Com informações de Reuters e AFP