Com o brasileiro Lucas Di Grassi na disputa, a quinta temporada da Fórmula E pode ter o seu campeão definido neste sábado, na penúltima corrida do atual campeonato, em Nova York. O piloto da Audi corre por fora no duelo direto contra o francês Jean-Eric Vergne, que, com sua DS Techeetah, é o favorito para faturar o bicampeonato.

Os dois melhores pilotos da temporada até agora tiveram desempenho semelhante, crescendo na reta final. Depois de um início de campeonato equilibrado, com oito vitórias de pilotos diferentes nas oito primeiras provas, Vergne foi o primeiro a “repetir” o lugar mais alto do pódio. Ele venceu ainda uma terceira corrida, a última, na Suíça. Di Grassi, por sua vez, faturou duas etapas.

Mas a diferença no campeonato favorece o piloto da DS, com 32 pontos (130 a 98) de vantagem sobre o brasileiro, sendo que cada vitória rende 25 pontos. Há ainda quatro pontos extras em disputa, sendo três pela pole position e mais uma pela volta mais rápida da volta. Se o campeonato não foi decidido neste sábado, certamente será neste domingo, na última corrida da temporada, novamente em Nova York.

Ciente da dificuldade, Di Grassi admite que suas chances de conquistar seu segundo título na Fórmula E são remotas. “Sendo realista, a nossa chance de vencer este campeonato não é das melhores. Estamos a 32 pontos de diferença, então não depende só da gente. Porém, como todo mundo já aprendeu, na Fórmula E não dá pra ter certeza de nada. Nada está ganho até que você realmente conquiste o que está buscando”, afirmou o brasileiro.

Ele lembra dos bons resultados obtidos em Nova York, na rodada dupla do ano passado, para manter a confiança elevada. Em 2018, ele venceu uma e foi o segundo colocado na outra. “É um retrospecto dos mais animadores, sem dúvida. Mas cada corrida é uma história diferente na Fórmula E. Até por que este ano temos um carro diferente, então os parâmetros são novos também. No fim, tudo se resume a trabalho e muita confiança no próprio potencial”.

Mesmo que não saia da cidade norte-americana com o troféu de campeão, Di Grassi se vê satisfeito com a sua evolução ao longo da temporada. “Se você olhar o que aconteceu neste ano, e se tivesse me perguntado antes se eu acharia que estaria hoje disputando o título, eu certamente não acreditaria. Em 13 provas, me tiraram da corrida duas vezes e tivemos desclassificações em outras duas. Tivemos um início de ano com performance baixa e o carro oscilou muito ao longo da temporada. Porém, passadas 11 corridas, estamos aqui, com alguma chance, e vamos nos agarrar a essas possibilidades até a bandeirada final do campeonato”.

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Para manter as chances de título ao menos até a última corrida, neste domingo, Di Grassi precisa vencer e torcer para Vergne não passar do terceiro lugar. O francês pode ser campeão mesmo sem pontuar neste sábado. Basta que Di Grassi não passe do nono posto e isso se o brasileiro somar os quatro pontos extras em disputa. Se isso não ocorrer, o piloto da Audi precisará terminar ao menos no sexto lugar para adiar o título do rival, desde que Vergne não pontue ao longo do sábado.

Mesmo com todo este cenário a seu favor, o piloto francês mantém a concentração em busca do bicampeonato, que seria, na sua avaliação, “a maior conquista de sua carreira”. “Eu me proibi de pensar no título. Nada é confortável na Fórmula E. Considero que nada foi conquistado ainda e que tudo pode mudar rapidamente nesta categoria”, disse Vergne, que assim como Di Grassi, teve passagem curta e discreta pela Fórmula 1.

CONTRATO RENOVADO – Di Grassi irá para a pista neste sábado com a garantia de que terá seu posto na equipe Audi para a próxima temporada. Nesta quinta-feira, o time alemão confirmou o brasileiro e seu parceiro, o alemão Daniel Abt, como dupla de pilotos para o campeonato 2019/2020. Será a sexta temporada em que eles pilotarão pela mesma equipe, tornando-se a única dupla que não mudou entre os times desde o surgimento da F-E, em 2014.

Como aconteceu nos últimos anos, os dois pilotos brigam para levar a Audi a mais um título do Mundial de Equipes. Atual campeão, o time alemão ocupa a vice-liderança com 173 pontos, contra 216 da DS Techeetah, liderada por Vergne.


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