O secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, avalia que a arrecadação da 15ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em bônus de concessão poderia ter superado o que foi pago por Libra, caso o Tribunal de Contas da União (TCU) não tivesse determinado na quarta-feira, 28, a retirada de duas áreas. Com 13 ofertantes, dos quais 11 estrangeiros, bônus de R$ 8,014 bilhões e ágio total de 622%, o leilão foi considerado um sucesso por Félix e pelo diretor-geral da ANP, Décio Oddone.

De acordo com Oddone, oito companhias haviam depositado garantias pelas duas áreas retiradas pelo TCU. Para ele, o desinteresse pelas ofertas em terra não diminui o sucesso do leilão. Os blocos em terra, avalia, concorrem com os desinvestimentos que a Petrobras está fazendo, com áreas já em produção.

“Três dos cinco blocos mais caros na história dos leilões da ANP saíram nessa Rodada. Ela mostra o potencial que o Brasil tem de arrecadar recursos quando faz as coisas certas”, resumiu o diretor-geral da ANP na coletiva de balanço do leilão.

Na segunda-feira, ANP e MME se reunirão com TCU para avaliar o que precisa ser feito para recolocar as duas áreas à venda. Uma das possibilidades é que sejam enquadradas como áreas de partilha em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já em abril.

“Vamos dormir lá se necessário para sair com um entendimento. Temos uma proposta boa para isso”, disso o secretário, para quem o Brasil “vive um processo de transição, com um nova institucionalidade e papéis bem definidos do ministério, da ANP e da Petrobras”.

ExxonMobil

A gigante norte-americana ExxonMobil será operadora em seis dos oito blocos arrematados nesta quinta-feira, 29, na 15ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás Natural promovido pela ANP.

Segundo dados fornecidos pela ANP, a ExxonMobil comprou mais um bloco do que a Petrobras no leilão, já que a estatal ficou com apenas sete blocos, todos em parceria.

Com as compras no leilão a ExxonMobil passa a ter 24 blocos exploratórios no Brasil.